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BNDES avalia venda de participação em empresas maduras como JBS, diz diretor

15 maio 2025, 18:35 - atualizado em 15 maio 2025, 18:35
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(Imagem: Fernando Frazão/ Agência Brasil)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode vender participações societárias em empresas consideradas maduras que ainda compõem sua carteira, entre elas a JBS (JBSS3) , mas uma eventual transação dependerá do valor das ações e do momento mais adequado, disse o diretor da entidade Alexandre Abreu, nesta quinta-feira.

Abreu destacou que o banco entrou no capital da JBS quando as ações da empresa valiam cerca de R$5 cada. Desde então, houve uma forte valorização desses papéis, especialmente em meio às discussões sobre a possibilidade de dupla listagem da empresa — no Brasil e nos Estados Unidos, o que tem gerado ganhos para o banco de fomento.

No primeiro trimestre, o ganho oriundo das ações da processadora de alimentos foi de cerca de R$2,4 bilhões, dentro de um total de aproximadamente R$6 bilhões.

“O BNDES é um banco de desenvolvimento, ele entra em empresas nos momentos onde aquela empresa ainda está iniciando as atividades, está começando a se desenvolver; ele ajuda no crescimento. Foi o caso da JBS”, afirmou o diretor do BNDES.

“A hora de sair (da posição) não leva em consideração você ficar mais tempo para ganhar mais, e sim você sair no momento em que o preço está de acordo com o que a gente acha que vale a pena, segundo as nossas regras”, acrescentou.

Questionado se a JBS se enquadraria no perfil de empresa madura, o executivo confirmou: “Não só JBS, como outra empresas. É exatamente isso. Empresas maduras, nas quais o BNDES já cumpriu sua função. O momento de vender vai depender, de acordo com a perspectiva de colocação de preço, se está de acordo com aquilo que a gente acha que vale.”

Além de JBS, a carteira de participações societárias do BNDES é altamente concentrada em papéis de empresas como Petrobras, Eletrobras e Copel. Contudo, segundo Abreu, o banco de fomento não pretende vender suas participações na Petrobras nem na Eletrobras, por considerá-las “ativos estratégicos”.

No primeiro trimestre, o BNDES registrou um lucro líquido de R$5,6 bilhões, um aumento de 7,3% em relação ao mesmo período de 2024. As consultas, já refletindo o aperto monetário para conter a inflação, segundo o diretor do banco Nelson Barbosa, caíram 13% (para R$53,1 bilhões). Os empréstimos cresceram 8%, totalizando R$25,2 bilhões, enquanto as aprovações de crédito subiram 35%, a R$33,3 bilhões.

Após a divulgação dos resultados trimestrais, Barbosa estendeu para 2028 a meta de que os empréstimos do banco representem 2% do PIB. Anteriormente, essa meta estava prevista para 2026. Atualmente, os desembolsos do banco equivalem a 1,1% do PIB, enquanto as aprovações correspondem a 1,8%.

“A tendência é se ter um BNDES com 2% do PIB próximo de 2028 na concessão de crédito. Nas aprovações, que é uma coisa que reflete mais a mudança de gestão do banco, de direção, a gente vê isso chegando perto já em 2026”, disse.

Embraer

O BNDES também vem acompanhando de perto os possíveis impactos da guerra tarifária entre Estados Unidos e China sobre exportadoras brasileiras. O banco é um importante parceiro da fabricante brasileira de aeronaves Embraer.

Desde 1997, o BNDES estima já ter concedido cerca de US$26 bilhões em financiamentos para a exportação de mais de 1.300 aeronaves produzidas pela Embraer.

Por ora, a guerra tarifária não deve afetar as vendas externas de jatos da Embraer para o mercado norte-americano, segundo o diretor José Gordon.

“Novas oportunidades para Embraer podem surgir, especialmente na Asia, estamos procurando com eles, acompanhando essa possibilidade de venda de aviões, mas o principal mercado é o norte-americano”, disse.

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reuters@moneytimes.com.br
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