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Boeing se aproxima de acordo para evitar confissão de culpa e acusação sobre quedas de 737 MAX, dizem fontes

16 maio 2025, 13:58 - atualizado em 16 maio 2025, 13:58
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(Imagem: Shutterstock/askarim)
A Boeing (BOEI34) chegou a um acordo provisório com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos de não acusação em um caso de fraude decorrente de duas quedas de aviões 737 MAX que mataram 346 pessoas em 2018 e 2019, disseram fontes familiarizadas com o assunto.

O acordo evita o julgamento do caso, marcado para 23 de junho. A fabricante de aviões é acusada de ter enganado órgãos reguladores dos EUA sobre um importante sistema de controle de voo do 737 MAX, o jato mais vendido da empresa. O acordo precisa ser aprovado por um juiz.

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O acordo, se aprovado, permitirá que a Boeing evite ser considerada como criminosa condenada como resultado das duas quedas ocorridas em 2018 e 2019. Esse acordo representará um golpe para as famílias que tiveram parentes mortos nas quedas dos aviões da empresa e pressionam promotores a levar a Boeing a julgamento.

A Boeing não concorda mais em se declarar culpada no caso, disseram os promotores aos membros das famílias das vítimas das quedas dos aviões durante uma reunião nesta sexta-feira, disseram as fontes. A postura da empresa mudou depois que um juiz rejeitou um acordo anterior em dezembro, disseram os promotores aos membros das famílias.

Os funcionários do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) ainda estão avaliando se devem prosseguir com um acordo de não acusação ou levar a Boeing a julgamento, disse um funcionário do DOJ durante a reunião. Nenhuma decisão final foi tomada, e a Boeing e os funcionários do DOJ ainda não trocaram documentos para negociar os detalhes finais de qualquer acordo de não acusação, disse o funcionário aos membros da família.

A Boeing não fez comentários imediatos e o DOJ não quis comentar.

Paul Cassell, advogado das famílias, disse em uma declaração que o governo dos EUA tem a intenção de desistir da acusação, dizendo que “eles transmitiram a ideia preconcebida de que a Boeing deveria ter permissão para escapar de quaisquer consequências reais por suas mentiras mortais”.

Outro advogado que representa as famílias que participaram da reunião, Erin Applebaum, disse que a “apresentação roteirizada do DOJ deixou claro que o resultado já foi decidido”.

O DOJ disse que a Boeing terá que pagar um adicional de US$444,5 milhões para um fundo para vítimas de quedas de aviões que será dividido igualmente por vítima, afirmaram os advogados das famílias, além dos US$500 milhões que a Boeing pagou em 2021.

Nadia Milleron, cuja filha morreu em uma das quedas dos aviões da Boeing em 2019, disse à Reuters que questionou como o DOJ e a procuradora-geral, Pam Bondi, poderiam justificar um acordo com um infrator reincidente.

Em dezembro, o juiz distrital dos EUA Reed O’Connor rejeitou um acordo anterior no caso, criticando uma cláusula de diversidade e inclusão no acordo relacionado à seleção de um monitor independente.

Em 2023, O’Connor disse: “O crime da Boeing pode ser considerado o crime corporativo mais mortal da história dos Estados Unidos.”

A Boeing tem enfrentado um exame minucioso da agência norte-americana de aviação FAA desde janeiro de 2024, quando um jato MAX 9 da empresa, ao qual faltavam quatro parafusos importantes, sofreu uma emergência em que uma porta desativada da aeronave se desprendeu da fuselagem em pleno voo. Após o incidente, a FAA limitou a produção da Boeing a 38 aviões por mês.

Na quarta-feira, o presidente-executivo da Boeing, Kelly Ortberg, participou ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, de um evento no Catar para anunciar que a fabricante de aviões obteve seu maior negócio envolvendo aviões grandes: uma encomenda de 160 jatos feita pela companhia aérea estatal Catar Airways.

A decisão do juiz O’Connor de rejeitar o acordo anterior de confissão da Boeing prolongou o caso até o início do governo Trump, que reformulou o DOJ. A Boeing tinha aceitado o acordo de confissão durante os últimos meses do governo Biden.

Em julho, a Boeing concordou em se declarar culpada da acusação de conspiração para fraude criminal após as duas quedas envolvendo jatos 737 MAX, na Indonésia e na Etiópia em 2018 e 2019, e em pagar uma multa de até US$487,2 milhões.

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reuters@moneytimes.com.br
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