BofA bate o martelo e diz: hora de comprar Bradesco (BBDC4); veja potencial

Os fortes resultados do Bradesco (BBDC4) foram suficientes para convencer os analistas do Bank of America de que o banco está no caminho certo para se recuperar.
Na última quarta-feira, o banco divulgou lucro de R$ 5,8 bilhões, disparada de quase 40% e acima das expectativas. Além disso, as principais linhas subiram, com alta da rentabilidade e inadimplência controlada.
Nesta quinta, o papel disparou 15,80%, a R$ 15,10. Mas para o BofA, o banco pode subir mais 12%, com preço-alvo de R$ 17.
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No relatório, os analistas lembram que o preço das ações teve um desempenho inferior ao de outros bancos de grande capitalização no acumulado do ano (+13% vs +22%).
“A simetria da avaliação parece favorável (em 0,8x o preço/valor contábil atual) e a ação está subvalorizada (de acordo com nossa última pesquisa)”.
O BofA também elevou a projeção de lucro para 2025 e 2026, para R$ 24,5 e 27,6 bilhões, respectivamente.
“Estamos animados com o fato de a margem com cliente estar crescendo a um ritmo melhor do que o esperado e os esforços de controle de custos estarem à frente do planejado”.
Ademais, a margem financeira superou as projeções em 8% e levou a um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 14,4% (100 pontos-base acima do BofA).
“Isso evidencia que o plano de reestruturação, introduzido há um ano, está tendo um impacto positivo (e estrutural) nas operações (o ROE subiu 390 pontos-base em relação ao ano anterior)”.
Cautela do Bradesco
Apesar do otimismo, na teleconferência realizada com jornalistas, o CEO, Marcelo Noronha, manteve a cautela e reafirmou que a melhora será ‘passo a passo’, como tem sempre falado nas apresentações.
“Não se trabalha com a expectativa de surpresas arrebatadoras. A perspectiva é de um crescimento gradual, com expectativa de um resultado superior ao cenário intermediário”, afirmou.
Ainda segundo Noronha, o sentimento é de otimismo, o que não elimina, naturalmente, o desafio que terá pela frente.
“O mercado apresenta uma atividade mais lenta no segundo semestre, como os economistas estão prevendo, devido à taxa de juros atualmente estar no topo”.
Na noite da última quarta-feira, o Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, a 14,75%, o maior nível em quase duas décadas.