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BofA vê forte espaço para alta do fluxo estrangeiro ao Brasil em 2026 — e projeta Ibovespa em 180 mil pontos

11 dez 2025, 15:24 - atualizado em 11 dez 2025, 15:25
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(iStock: primeimages)

2025 foi marcado pela presença dos investidores estrangeiros na Bolsa brasileira, contribuindo para levar o Ibovespa às máximas históricas. E, segundo David Beker, estrategista-chefe do Bank of America (BofA) para a América Latina, esse movimento tende a continuar no próximo ano, o que deve ajudar a impulsionar o Ibovespa.

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“O estrangeiro está interessado no Brasil. O pessoal está olhando, mas eles falam que o mundo está muito incerto. Esse fator acaba afetando a perspectiva de fluxo. No entanto, a alocação na América Latina, neste momento, é muito baixa. Então há muito espaço para aumentar”, afirmou durante encontro com jornalistas nesta quinta-feira (11).

Parte do impulso do Ibovespa observado em 2025 veio do reposicionamento global diante da fraqueza do dólar. Em meio às incertezas relacionadas às tarifas anunciadas por Donald Trump e ao ambiente internacional menos favorável aos ativos americanos, investidores buscaram alternativas fora dos Estados Unidos.

Para mercados desenvolvidos, o mercado, segundo Beker, começou a avaliar que o movimento se aproxima de um limite, enquanto os emergentes permanecem descontados e estruturalmente subalocados.

Na América Latina, o BofA mantém o Brasil como sua principal tese e segue overweight no mercado acionário local. Embora a Argentina também tenha recomendação positiva, a baixa liquidez da BYMA, a Bolsa do país, limita a capacidade de entrada de capital quando comparada à B3.

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Ibovespa: 180 mil no cenário base; 210 mil no bull case

O banco projeta o Ibovespa em 180 mil pontos no fim de 2026, sustentado principalmente pelo início e continuidade do ciclo de afrouxamento monetário. A casa prevê a Selic em 11,25% ao final do ano — ainda acima da taxa neutra, na visão do estrategista.

Nos cenários alternativos, o índice pode chegar a 210 mil pontos em um ambiente fiscal construtivo e cair a 130 mil caso a percepção de risco aumente.

“Os cenários dependem claramente da percepção do mercado sobre a trajetória de juros e a trajetória de juros depende claramente da percepção sobre a trajetória fiscal”, explicou Beker. “O que vai definir a trajetória do mercado, quanto às eleições, é se quem ganhar irá ou não ajustar o fiscal. Se conseguir, 210 mil pontos. Se nada mudar, 130 mil.”

Para ele, 2026 ainda pode transcorrer com relativa estabilidade fiscal, uma vez que o governo já fez grande parte das entregas políticas voltadas à reeleição.

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“O Lula, neste momento, está confortável com a reeleição. Eu questiono se teríamos surpresas fiscais que veríamos se ele estivesse pior nas pesquisas. O fato de ele estar bem-posicionado diminui o risco fiscal”, disse.

Beker reforça, porém, que a partir de 2027, será inevitável enfrentar o desafio de estabilizar a relação dívida/PIB. O BofA publicou recentemente o relatório “Dear Next President: The Fiscal Patience Is Over”, apontando que o próximo governo, independente de qual for, terá de entregar um plano crível para evitar deterioração adicional.

Retorno do investidor local: uma segunda perna de alta

Além do fluxo estrangeiro, o estrategista vê espaço para a volta do investidor doméstico à Bolsa, à medida que a queda da Selic se torne mais consistente.

“Vejo a possibilidade de, em 2026, a Bolsa brasileira surfar na combinação dos fluxos estrangeiro e local”, afirmou. “Se a nossa percepção é de que o juro vai começar a cair, a realocação de portfólios tem que começar a acontecer. Quem esperar vai chegar atrasado.”

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O BofA mantém, então, visão construtiva para o mercado acionário brasileiro. E Beker destacou um grupo de ações que, segundo a instituição, combina resiliência, liquidez e capacidade de entregar retorno de forma consistente, mesmo em ambientes mais voláteis.

O grupo, apelidado de “Brazil Magnificent Seven”, inclui: Mercado Livre (MELI34), Nubank (ROXO34), WEG (WEGE3), BTG Pactual (BPAC11), Raia Drogasil (RADL3), Localiza (RENT3) e Itaú (ITUB4).

“O que a gente fez nessa lista foi olhar para nomes que têm retornos elevados. Não são nomes baratos, mas são empresas que geram valor ao longo do tempo com consistência”, disse Beker. “São histórias boas, que conseguem performar historicamente mesmo em cenários de volatilidade.”

O banco também montou uma segunda cesta, chamada “Unforgettable Seven”, composta por large caps mais maduras, com crescimento menor, mas que seguem oferecendo retornos. O grupo inclui Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), JBS (JBSS3), Banco do Brasil (BBAS3), Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC4) e Gerdau (GGBR4).

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
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