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Boi: Com abate agressivo em 2024, fim do ano promete virada nos preços; entenda

10 jun 2024, 15:21 - atualizado em 10 jun 2024, 15:21
boi abates preços
Os abates de boi no primeiro trimestre de 2024 atingiram os maiores valores da série histórica do IBGE, iniciada em 1997 (Foto: Flavia Fiorini/Embrapa Territorial)

A elevada oferta de boi gordo provocou tombo de 14,7% dos preços no acumulado do ano, passando de R$ 252,30 para R$ 215,30, considerando até 7 de junho.

No primeiro trimestre de 2024, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os abates de bovinos atingiram 9,3 milhões de cabeças.

O número representa um avanço de 24,6% em relação ao mesmo período do ano passado e uma alta de 1,2% frente ao último trimestre de 2023. Sendo assim, os abates de bovinos bateram o recorde da série histórica, iniciada em 1997.

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O supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi, explica as razões do recorde. “Estamos num período de ampla oferta de animais para o abate, esses animais são provenientes de um ciclo de maior retenção de fêmeas observado entre 2019 e 2022, quando o preço dos bezerros estava em alta e a atividade reprodutiva das fêmeas tornou-se atrativa para os pecuaristas”, diz.

“A partir de meados de 2022 observamos o ciclo inverso, o preço dos bezerros caiu e as fêmeas passaram a ser destinadas ao abate com maior intensidade, além dos animais criados no ciclo anterior de alta que chegaram à idade de abate neste ano”, completa Viscardi.

Quando os preços do boi devem virar?

Para Fernando Iglesias, analista de proteínas animais na Safras & Mercado, o cenário para os abates já era esperado.

“O mercado já esperava por isso, assim como um elevado descarte de fêmeas. Essa é uma característica do ciclo pecuário, pecuarista focado em cria segue descartando matrizes (fêmeas) e isso gera diversos reflexos na cadeia pecuária”, pontua.

No curto prazo, o maior descarte de fêmeas resulta em queda dos preços da arroba do boi neste primeiro semestre. As consequências de médio longo prazo devem começar a surgir no último trimestre deste ano, com uma oferta menor de animais de reposição.



“Conforme isso acontece e os preços do bezerro sobem, vamos ver dentro do mercado cada vez mais uma retenção de fêmeas. 2025 e 2026 deve marcar uma menor disponibilidade de fêmeas, e por consequência, uma maior propensão para reajustes no preços do boi gordo. A virada do ciclo pecuário deve acontecer entre o fim de 2024 e começo de 2025”, conclui.

No fim de março, o acionista controlador e presidente do Conselho de Administração da Marfrig (MRFG3), Marcos Molina, comentou que o ciclo do gado deve ser mais desafiador em 2026, o que deve fomentar altas nos preços da arroba.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
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