Agronegócio

Boi mais barato do Brasil igual ao boi mais caro, com produtor endurecendo

20 fev 2020, 15:44 - atualizado em 20 fev 2020, 15:48
Gado Boi
Boi sobe bem no Mato Grosso com chuvas dando espaço para produtor segurar, entre outros motivos (Imagem: Arquivo/Agência Brasil/ASCOM ADEPARÁ)

O boi em São Paulo anda na faixa de R$ 200,00, estourando os R$ 205,00, e no Mato Grosso quase a mesma coisa. Ou exatamente a mesma coisa, conforme algumas regiões próximas a Cuiabá, e quase a mesma coisa lá pelo Oeste e Sudoeste.

O boi mais barato do Brasil, na maior parte do ano, está igual ao boi mais caro (com exceção do Paraná).

Os grandes lotes de boi a termo do JBS e Marfrig estão no limite, quem tem animal não vende na pressão porque o custo da engorda não é coberto e as chuvas – que ajudam o produtor a segurar mais os animais – também prejudicam a movimentação.

Um produtor importante resume a história, sem querer dar seu nome para evitar correr risco de retaliação. Nesse mercado, ainda mais no Mato Grosso com o maior rebanho brasileiro – apesar das dificuldades momentâneas -, ninguém comenta em detalhes antes de negociações acima dos preços médios.

A faixa média de preço balcão no entorno da capital é de R$ 190 a R$ 193, de acordo com alguns indicadores do mercado.

“Eu mesmo estou negociando um lote de mais de 500 animais a quase R$ 200,00, então é quase certeza que o JBS de Pedra Preta tenha pagado isso mesmo”, comenta ele.

Pedra Preta é na região de Cuiabá, “onde a disputa por gado é mais feroz”, e confirma o que o app Agrobrazil informou nesta quarta (20), com informações – comprovadas pela equipe antes da publicação – do próprio vendedor.

Chuvas

Um exemplo colhido pela fonte em Araputanga, onde o JBS tem uma unidade, é a de que um lote comprado a preço contratado antes (termo), de cerca de 30 mil animais, de “dois a três grandes confinadores, está no fim”. E as chuvas atrapalham a saída de animais, apertando mais a necessidade de compra dos frigoríficos.

E com o milho a R$ 50,00, ou pouco mais dependendo do dia em Chicago (bolsa de commodities), poucos estão entregando. E chuvas abundantes dão espaço para os produtores (que podem) manejar os animais sem pressa de venda, desde que não estejam inteiramente acabados.

Quando muito aceitam estudar ofertas nos R$ 193,00, aqueles que tem pouca margem para negociação.

A média nessa região do Sudoeste é de R$ 185,00, uma das mais baratas (pela fartura de bois) do estado, pouca coisa acima das cotações do Norte (pela pouca concorrência de compradores).

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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