Mercados

Bolha de inteligência artificial dá ‘primeiros sinais’ de que pode estourar; entenda

09 ago 2023, 18:41 - atualizado em 10 ago 2023, 10:57
Nvidia inteligência artificial Wall Street
Nvidia divulga resultados trimestrais no dia 24 de agosto. (Imagem: Reprodução)

O rali da inteligência artificial, que fez as ações de tecnologia decolarem no primeiro semestre do ano, começou a dar sinais de desaceleração.

Em comentários feitos a analistas durante as teleconferências de resultados, empresas como Microsoft (MSFT) e da Advanced Micro Devices (AMD) frearam os ânimos mais aflorados de investidores que esperavam uma rápida e drástica implantação de inteligência artificial nas linhas de receita das companhias.

No caso da AMD, a fabricante de chips avançados que busca fazer frente a Nvidia, a previsão de que o mercado para aceleradores de IA alcance US$ 150 bilhões ‘somente’ em 2027 não agradou. Resultado: uma sessão depois, a queda do papel da AMD foi de mais de 7%.

O Snap (SNAP) também foi ‘vítima’ do descontentamento do mercado. Mesmo tendo indicado que mais de 150 milhões de usuários acessaram a ferramenta de IA da plataforma, ‘My AI chatbot’, a preocupação com o custo do investimento foi mais forte e a ação despencou mais de 14%.

Em um contexto de dúvidas sobre o ritmo da incorporação comercial de IA, o Nasdaq Composite, que une as principais empresas de tecnologia, perdeu tração. Nos últimos 15 dias, o índice das techs caiu cerca de 2%.

Mas para o estrategista de ações do Morgan Stanley, Edward Stanley, a desaceleração recente pode ser um dos primeiros sinais de que a bolha de IA esteja prestes a estourar.

Torneira de IA está secando em Wall Street?

O estrategista do Morgan Stanley divulgou na última segunda-feira um estudo analítico das últimas 70 bolhas de ativos ocorridas no mercado, incluindo a bolha da internet (dot-com) e a dos criptoativos.

Segundo a análise do estrategista, o retorno médio em três anos para cada um desses períodos foi de 154% para ativos posicionados nas bolhas.

Stanley, então, argumenta que se a Nvidia (NVDA), que já subiu 200% em 2023, e outras empresas de grande capitalização forem o limite de até onde a bolha de IA pode chegar, então isto pode significar que a febre dos mercados com as ações do meio de inteligência artificial podem estar em seus últimos momentos.

Em contrapartida, o estrategista do Morgan Stanley pontua que mensurar a longevidade do atual rali somente pelo desempenho das empresas de maior capitalização pode não ser a métrica mais adequada. O índice IA do Morgan Stanley, por exemplo, indica um rali muito menor, de 50%, contra a valorização de triplo dígito dos principais players.

Apesar de sinais ainda insipientes, as respostas atravessadas de investidores em Wall Street sobre a inteligência artificial já mostram um contexto bem diferente do observado durante a primeira metade do ano.

Nesse sentido, os resultados trimestrais da Nvidia, a serem divulgados no próximo dia 23 de agosto, devem dar respostas mais contundentes para esse ‘vai ou fica’ que empacou a tese recentemente.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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