Comprar ou vender?

Bolsa americana ainda pode perder de 10% a 14% de valor, calcula a Eleven

26 fev 2020, 16:19 - atualizado em 26 fev 2020, 16:19
Mercados Wall Street NYSE
Reflexo: desvalorização da bolsa americana afeta a brasileira (Imagem: REUTERS/Bryan R Smith)

Embora afirme que é hora de os investidores manterem a calma, diante do agravamento da epidemia de coronavírus, que se alastrou pela Europa e chegou ao Brasil, a Eleven Financial não enxerga boas perspectivas para as bolsas dos Estados Unidos neste ano.

Segundo a instituição, ainda há espaço para mais perdas até dezembro. Em relatório assinado por Adeodato Netto, Carlos Daltozo e Raphael Figueiredo, a Eleven observa que, se o mercado pesar a mão na revisão do valor dos ativos americanos, a tendência será de mais quedas.

O S&P, índice citado explicitamente pelo trio, pode recuar entre 10% e 14%, segundo as contas da Eleven, “trazendo a projeção para o final do ano para mais próximo de 3000 pontos”. Como comparação, basta lembrar que o S&P perdeu 6,3% entre sexta (21) e terça (25), pressionado pela epidemia.

Por volta das 15h50 (horário de Brasília), registrava ligeira queda de 0,09% e marcava 3.125 pontos.

Não se trata apenas de prever o que acontecerá com o maior mercado de capitais do mundo, já que a desvalorização das empresas americanas tem tudo para pressionar as brasileiras listadas na B3. Mas, apesar da pressão, a Eleven recomenda cautela ao tomar decisões de investimento agora.

Nada de bancar o herói

“Este não é o momento de heroísmo ou de tentar agir de maneira impulsiva”, afirma o trio de analistas. Eles acrescentam que, diante da grande volatilidade dos mercados nos próximos tempos, “tentar imaginar que será capaz de achar o fundo não nos parece uma maneira razoável de comportamento”.

Ou seja, mesmo quem acredita que crises são oportunidades para comprar papéis baratos e lucrar deve saber que ainda virão muitos solavancos nos próximos meses.

Coronavírus: aproveitar a queda da bolsa para comprar ações baratas requer calma (Imagem: China Daily via Reuters)

Isto porque, diante da alta acumulada pelo Ibovespa no ano passado, muitos passaram a acreditar que a renda variável só oscila numa direção – para o alto.

“As altas recentes criaram nos investidores a sensação de que ganhos rápidos e amplos são o novo normal da Bolsa”, diz a Eleven.

“Janelas de correção como esta cumprem papel educacional essencial e devem servir para separar aqueles que realmente têm condição de capturar os verdadeiros ciclos do mercado”, explica.

Assim, para quem deseja aproveitar o momento, a Eleven recomenda o máximo de paciência e racionalidade. “Não é hora de tentar conter um tsunami munido de uma caneca, nem de esperar uma solução mágica”, resume.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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