Especialista projeta bolsa até 170 mil em 2026, mas eleições podem ser barreira
O corte de juros nos Estados Unidos, feito pelo Federal Reserve (Fed), impactou o cenário global e abriu mais espaço para economias emergentes, como o Brasil, em portfólios de investidores. Isso aumentou o otimismo do mercado com Ibovespa no curto e médio prazos, mas a visão, contudo, é de que as eleições podem ser um problema para a Bolsa brasileira.
Em entrevista ao Giro do Mercado desta quinta-feira (18), apresentado por Paula Comassetto, o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, afirmou que a bolsa local pode continuar rompendo suas máximas até o meio do ano que vem.
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Segundo as projeções do especialista, a bolsa deve ter dois momentos.
O primeiro será da reta final de 2025 até o meio de 2026, com a bolsa se beneficiando bastante de questões macroeconômicas, como o corte de juros nos EUA e um possível corte no Brasil.
“Nesse primeiro momento a gente imagina que a Bolsa possa chegar até os 170 mil pontos, olhando para frente. Daí o segundo momento é a questão eleitoral, que temos em mente que vai ser uma eleição apertada”, disse Costa.
O economista afirma que o cenário traz liquidez, atraindo mais capital para o Brasil. Após o corte de juros tendência é uma rotação das apostas, saindo de empresas de commodities, expostas ao crescimento global, para aquelas mais sensíveis aos juros domésticos.
“As empresas que são mais ligadas a juros, como construtoras, vão acabar tendo uma performance melhor”, disse Costa, contando que o país deve iniciar um ciclo de corte de juros no início do ano que vem.
Eleições podem interromper euforia do mercado
Já o segundo momento citado pelo especialista está ligado diretamente à questão eleitoral e a como o mercado reagiará às pesquisas, à campanha e claro, ao resultado.
Costa destaca que ainda é impossível cravar algum vencedor da eleição presidencial, visto que a disputa deve ser parecida com a do último pleito — no qual o presidente Lula venceu o ex-presidente Jair Bolsonaro por cerca de 1 milhão de votos.
Segundo ele, Lula está posicionado como um candidato com muita força política. Além disso, conta com a vantagem de ter o domínio da máquina pública, podendo promover pacotes de estímulos econômicos que agradem ao eleitorado.
Já a oposição segue sem um grande nome definido e deve aguardar alguma sinalização de apoio por parte de Bolsonaro. O ex-presidente hoje está inelegível e foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de estado e outros crimes.
“Lembrando que dos candidatos que estão postos pela direita, vários deles ainda são desconhecidos pelo eleitorado nacional. O próprio Tarcísio é um nome que é mais conhecido aqui no Sudeste, em São Paulo. Há uma barreira para esses candidatos serem viáveis”, afirmou.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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