Economia

Bolsa Família, dentro do Teto de Gastos, só pode ir a R$ 250

17 jun 2021, 16:25 - atualizado em 17 jun 2021, 16:25
As simulações feitas até agora só consideram um aumento do valor médio dos atuais R$ 190 para R$ 250, o que já representa um aumento de gastos de quase R$ 19 bilhões (Imagem: Camila Domingues/Palácio Piratini)

A equipe que trabalha na preparação do novo Bolsa Família avalia que o ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa conversar com o presidente Jair Bolsonaro e explicar a ele que o benefício do programa dificilmente poderá chegar a R$ 300. As simulações feitas até agora só consideram um aumento do valor médio dos atuais R$ 190 para R$ 250, o que já representa um aumento de gastos de quase R$ 19 bilhões até o final de 2022.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse montante cabe no teto do ano que vem. Pelos cálculos do Tesouro, o governo terá uma margem adicional de despesas de R$ 25 bilhões por causa do aumento da inflação que corrige o limite. No entanto, essa sobra tem que servir não apenas para o Bolsa Família, mas também para acomodar outros programas e investimentos públicos.

As simulações para o novo Bolsa consideram ainda um aumento do número de famílias atendidas de 14,8 milhões para 17,5 milhões no final de 2022. Essa projeção prevê o fim da fila de espera para ingressar no programa, hoje em torno de 1,4 milhão de famílias, e mais a inclusão de novos beneficiários que se tornarão elegíveis.

Pressão extra do STF

A partir do ano que vem, aliás, o governo não terá mais a opção de deixar pessoas na fila. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal em abril determinou que o governo federal regulamente a lei 10.835, de 2004, que institui a renda básica de cidadania. De autoria do ex-senador Eduardo Suplicy, a lei foi aprovada e sancionada há 17 anos, mas nunca colocada em prática.

O STF entendeu que a lei não pode ter efeitos meramente simbólicos. Segundo um técnico envolvido na preparação do novo programa social, a determinação do STF coloca pressão extra sobre o governo, pois a partir do ano que vem, não será mais possível que pessoas elegíveis sejam colocadas em espera por falta de orçamento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Perde-perde

Apesar das dificuldade de negociar a MP da Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) no Senado e da possibilidade concreta de o texto não ser aprovado pelo Congresso em tempo hábil, integrantes da equipe econômica ainda apostam que o desfecho será positivo. A avaliação é que deixar a MP que abre caminho para a privatização da estatal caducar não será ruim apenas para Guedes. Haverá também um preço a pagar pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, que apresentam o Congresso como reformista e pró-mercado.

Vacinas ditam ritmo

O avanço da vacinação contra a Covid-19 será um dos fatores que ditarão o ritmo de andamento das reformas no Congresso. Isso porque quando mais rápido a imunização ocorrer, mais rápido o Legislativo poderá voltar a fazer votações e debates de forma presencial. Segundo um parlamentar envolvido nas negociações da reforma administrativa, negociações políticas e votações tendem a ficar mais complexas — e possivelmente mais lentas — quando o debate acontece cara a cara. Por enquanto, não há previsão para o retorno presencial. A avaliação dentro do Congresso é que isso poderia ocorrer no final de 2021.

Tweets da semana

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Por dentro dos mercados

Receba gratuitamente as newsletters do Money Times

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar