Giro do Mercado

Bolsas dos Estados Unidos podem estender perdas nos próximos meses, mas essa pode ser uma boa notícia para o Brasil, afirma analista

29 abr 2025, 15:56 - atualizado em 29 abr 2025, 15:56

As bolsas norte-americanas podem continuar sofrendo nos próximos 12 meses com a guerra tarifária entre Estados Unidos e China. No entanto, a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, acredita que o Brasil deve se beneficiar com isso.

Em entrevista ao Giro do Mercado desta terça-feira (29), a analista ressaltou que após o “Dia da Libertação”, no qual o presidente Donald Trump anunciou as tarifas recíprocas, o Brasil acabou sentindo o estresse. Contudo, passando esse primeiro momento, investidores estrangeiros voltaram os olhos para cá.

“A rotação de capital saindo dos EUA para a Europa e América Latina, principalmente, pode ser o início de um ciclo muito favorável para o Brasil”, afirmou Quaresma.

Hoje, os Estados Unidos divulgaram o Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey), relatório que mede o número de vagas de emprego abertas, as contratações e as demissões no mercado de trabalho americano.

O dado mostrou uma queda de 288 mil no mês de março, totalizando em 7,2 milhões de vagas de emprego. Apesar disso, a analista ressaltou que o relatório não é tão importante para o Federal Reserve.

“É bom que [o dado] veio abaixo do esperado, de certa forma, porque isso permite que o Fed tenha uma postura mais flexível”, destacou. “Não vamos dar tanta importância a esse dado em si, os que vão sair ao longo desta semana são mais importantes”.

O grande destaque da semana será o Payroll, na sexta-feira (2), que dará uma previsão melhor sobre a decisão de juros do Banco Central norte-americano. Segundo Quaresma, diferente do Jolts, este dado mostrará os números de abril, no qual será possível avaliar os impactos do tarifaço de Trump.

Os 100 primeiros dias de Trump

A analista afirmou que os 100 primeiros dias desde a posse de Trump acabaram sendo diferentes do esperado pelo mercado. De acordo com ela, o presidente norte-americano veio com uma postura mais agressiva e radical do que as expectativas.

“O que todo mundo tinha como consenso era uma postura pró-mercado, corte de impostos, pró-desregularização e a tarifação viria como uma coisa pequena”, destacou.

Empresas brasileiras no 1T25

A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgará hoje o relatório de produção do primeiro trimestre de 2025 (1T25). Larissa Quaresma afirmou que não espera grande surpresas e variações na produção da empresa para esse trimestre.

“O que a gente espera é um crescimento de produção no 2º ou no 3º trimestre”, falou, ressaltando a recomendação de compra da Empiricus Research para as ações da Petrobras.

De forma geral, a expectativa da analista sobre a temporada de balanço é que as empresas quebrem a sequência dos últimos trimestres, em que os resultados vieram acima das expectativas.

“A gente pode começar a ver os impactos negativos da Selic e da inflação nas margens de uma forma mais expressiva nas empresas de economia doméstica”, afirmou. Apesar disso, estas empresas têm se beneficiado com uma forte demanda.

De acordo com Quaresma, o que investidores devem ver como padrão é um forte crescimento de receita e muita atenção na rentabilidade. “A pressão de rentabilidade vai se tornar mais evidente a partir deste trimestre”.

Já para as empresas exportadoras, a analista não vê um padrão, principalmente devido a queda das commodities, com exceção das agrícolas e papel e celulose. Nos respectivos setores, Quaresma vê possíveis surpresas positivas nos balanços de SLC Agrícola (SLCE3) e Suzano (SUZB3).

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Estagiária de Redação
Estudante da área de comunicação, cursando Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Ingressou no Money Times em 2024 como estagiária.
marcela.malafaia@moneytimes.com.br
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