Bolsas da Europa fecham em alta; Stoxx 600, FTSE 100 e DAX renovam recordes históricos

As ações europeias atingiram recordes nesta quarta-feira (8), impulsionadas por fortes ganhos nos mercados inglês e alemão, enquanto as siderúrgicas avançaram depois que a União Europeia (UE) revelou planos para reduzir as cotas de importação de aço.
O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,79% e encerrou o dia aos 573,79 pontos — no maior nível histórico. Durante a sessão, o índice também renovou a máxima intradia aos 574,32 pontos.
Os índices de Frankfurt e de Londres também terminaram as negociações em recordes nominais. O DAX, da bolsa alemã, teve alta de 0,87%, aos 24.597,13 pontos e o FTSE 100, de Londres, registrou avanço de 0,69%, aos 9.5489,87 pontos — depois de atingir a máxima histórica a 9,577,08 pontos.
Apesar da crise política, o CAC 40, da França, fechou em alta de 1,07%, aos 8.060,13 pontos e as ações espanholas atingiram o patamar mais elevado desde 2007.
O que movimentou as bolsas europeias?
Os bancos deram o maior impulso para o Stoxx 600, com alta de mais de 1%. O britânico Lloyds subiu depois que o órgão de fiscalização financeira do Reino Unido propôs um pacote de compensações menor do que o esperado em relação à venda indevida de financiamento de automóveis, aliviando as preocupações dos investidores.
As siderúrgicas também foram destaques e subiram depois que a Comissão Europeia propôs reduzir as cotas de importação de aço isentas de tarifas em quase metade.
Com o aumento de importações e a imposição de tarifas para entrada dos produtos nos Estados Unidos, os fabricantes de aço da UE estão operando com apenas 67% de sua capacidade. As novas medidas visam elevar essa capacidade para 80%.
“Interpretamos as novas propostas de salvaguarda da UE como positivas para todo o espectro de produtores de aço carbono da UE”, afirmaram os analistas do JP Morgan em nota aos investidores, acrescentando que esperavam que isso tivesse consequências positivas para os preços do aço na UE até 2026.
Em reação, ações da ArcelorMittal, Aperam, Thyssenkrupp e SSAB subiram entre 4% e 7%. O índice mais amplo de recursos básicos teve alta de 1,9%.
Cenário político da França
A incerteza política da França continuou no centro das atenções. Na última segunda-feira (6), o novo primeiro-ministro da França, Sebastien Lecornu, e seu governo renunciaram. A decisão aconteceu horas depois de Lecornu ter anunciado a formação de seu gabinete, em um grande agravamento da crise política francesa.
Lecornu, que foi o quinto primeiro-ministro de Macron em dois anos, permaneceu no cargo por apenas 27 dias. Seu governo durou 14 horas, tornando-se o mais curto da história moderna da França, em um momento em que o Parlamento está profundamente dividido e a segunda maior economia da zona do euro está lutando para colocar suas finanças em ordem.
Hoje (8), o presidente francês Emmanuel Macron deu a Lecornu, que renunciou ao cargo, mais 48 horas para “discussões finais” com partidos rivais para tentar romper o impasse. Lecornu deve apresentar um relatório a Macron ainda nesta quarta-feira à noite sobre qualquer possível avanço.
Lecornu adotou um tom cautelosamente otimista, sugerindo que um acordo orçamentário pode ser alcançado até o final do ano – potencialmente evitando uma eleição antecipada.
*Com informações de Reuters