Bolsas da Europa fecham em forte queda com cautela sobre bancos

As bolsas europeias encerraram a sessão desta sexta-feira (17) em forte queda com derrocada das ações de bancos após os sinais de estresse no crédito das instituições financeiras regionais dos Estados Unidos.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com recuo de 0,95%, aos 566,24 pontos. Apesar da baixa, o índice acumulou valorização de 0,4% na semana.
Entre os principais índices, o CAC 40, de Paris, teve queda de 0,18%, aos 8.174,20 pontos e o DAX, de Frankfurt, registrou baixa de 1,82%, aos 23.830,99 pontos. O FTSE 100, de Londres, caiu 0,86%, aos 9.354,57 pontos.
O que mexeu com a Europa hoje?
Os bancos europeus caíram em bloco nesta sexta-feira (17). As ações do Deutsche Bank, o Barclays, o Unicredit e o BNP Paribas terminaram a sessão com perdas entre 3,3% e 6,5%.
O setor foi puxado pelas preocupações com o mercado de crédito nos Estados Unidos após dois bancos regionais afirmar que foram “vítimas” de supostas fraudes em empréstimos ligados a fundos imobiliários problemáticos.
Em entrevista à CNBC, o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que “cautela e vigilância são essenciais em qualquer lugar do mundo” quando se trata de preocupações com a qualidade do crédito.
“Dito isso, não vou dramatizar a situação nos EUA neste momento. Não acho que haja probabilidade de uma dificuldade enorme nos EUA, mas continua sendo que muitas decisões que foram tomadas pelo atual governo ainda não foram digeridas, engolidas, pelo mercado, tanto em relação à inflação quanto à desaceleração do crescimento”, acrescentou, apontando para a “estagflação” devido às tarifas, ao déficit e à política de imigração dos EUA.
As ações do setor de luxo, por sua vez, ajudaram a amortecer as perdas, com a EssilorLuxottica, fabricante do Ray-Ban, dando um salto de 13% e adicionando quase US$ 20 bilhões em valor de mercado — uma vez que o entusiasmo dos investidores com seus óculos Ray-Ban Meta movidos a inteligência artificial ganhou impulso.
O setor de luxo também foi o de melhor desempenho nesta semana, impulsionado pela LVMH, que superou as previsões e divulgou seu primeiro aumento trimestral de vendas neste ano.
*Com informações de Reuters