Bolsas da Europa recuam com tensões no Oriente Médio e temores de envolvimento dos EUA

As bolsas de valores da Europa recuaram para o um mínimo de mais de um mês nesta quinta-feira (19), com a escalada das tensões no Oriente Médio e os temores sobre um possível envolvimento dos Estados Unidos.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em baixa pelo terceiro dia consecutivo, com uma queda de 0,8%, atingindo o patamar mais baixo desde 9 de maio. Os volumes de negociação permaneceram baixos, uma vez que os mercados dos EUA não abriram por feriado.
A guerra entre Irã e Israel, que já dura uma semana, não mostrou sinais de diminuição nesta quinta-feira. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, manteve os mercados em dúvida sobre o envolvimento norte-americano em ataques aéreos contra Teerã.
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Os mercados têm esperança de que negociações entre EUA e Irã e entre União Europeia e Irã na sexta-feira levem a uma possível diminuição das tensões.
Grande parte do nervosismo recente dos investidores ocorreu nos mercados centrados em choques no fornecimento de petróleo, desencadeados por tensões no Oriente Médio.
Os preços do petróleo subiram durante o dia e impulsionaram o setor petrolífero em 0,8%, que teve o melhor desempenho da sessão. Os setores de saúde e de concessionárias de serviços públicos foram os únicos outros setores no azul.
Por outro lado, as ações do setor de turismo lideraram as quedas e terminaram em baixa de 2,3%, sendo afetadas pela alta dos preços do petróleo.
“Observa-se certa aversão ao risco e é isso que estamos vendo nas ações europeias, o que explica o desempenho moderado”, disse Lilian Chovin, chefe de alocação de ativos da Coutts, referindo-se às tensões no Oriente Médio.
Políticas imprevisíveis
As decisões dos bancos centrais europeus nesta semana mostraram como as políticas comerciais imprevisíveis de Trump estão complicando a política monetária.
O Banco da Inglaterra manteve os juros, como esperado, mas sinalizou os riscos de um mercado de trabalho mais fraco e de preços mais altos do petróleo.
O índice FTSE 100 do Reino Unido, que abriga gigantes do setor petrolífero, como BP e Shell, perdeu 0,6%.
O Banco Nacional da Suíça reduziu juros para zero, conforme esperado, enquanto o banco central da Noruega realizou um corte surpreendente de 25 pontos-base, a primeira redução em cinco anos.
O mercado acionário em Oslo teve valorização de 0,7%.
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O índice Euro STOXX Volatility atingiu o nível mais alto desde 23 de maio.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na quarta-feira que a inflação deve subir durante meados deste ano, à medida que os efeitos das tarifas de importação de Trump chegam aos consumidores.
Os sinais contraditórios não ofereceram aos mercados muita clareza sobre como o Fed planeja lidar com o ambiente econômico incerto.
As autoridades da UE estão cada vez mais resignadas com o fato de uma taxa de importação de 10% sobre as tarifas “recíprocas” ser a base de qualquer acordo comercial entre os EUA e o bloco de países, disseram cinco fontes familiarizadas com as negociações.
As ações de empresas de recursos humanos na Europa caíram depois que a recrutadora britânica Hays’ previu uma queda de mais de 57% no lucro operacional anual. As empresas rivais Randstad, Robert Walters e Adecco caíram mais de 4,5% cada.
Entre outras ações, a Stora Enso saltou 14,7%, ficando no topo do STOXX 600, depois que o grupo florestal finlandês informou que estava iniciando uma revisão estratégica de seus ativos florestais suecos.
- Em LONDRES, o índice Financial Times caiu 0,58%, a 8.791,80 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX recuou 1,12%, a 23.057,38 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 se desvalorizou em 1,34%, a 7.553,45 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve queda de 1,21%, a 38.942,19 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou variação negativa de 1,28%, a 13.744,90 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,05%, a 7.392,67 pontos.