Brasil

Bolsonaro está com saúde debilitada e não deve comparecer a julgamento no STF, diz advogado

03 set 2025, 13:48 - atualizado em 03 set 2025, 13:48
bolsonaro
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ex-presidente Jair Bolsonaro está com a saúde “bastante debilitada” e não deverá comparecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar presencialmente o julgamento do processo em que é réu acusado de tentativa de golpe de Estado, disse à Reuters nesta quarta-feira o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, que representa Bolsonaro.

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“Não. Não virá, nenhum dos dias”, disse o advogado. “(Bolsonaro está) com a saúde bastante debilitada, bastante inquieto com tudo o que acontece na vida dele, tanto do ponto de vista de sua saúde quanto de todo movimento político que se formou no Brasil, mas positivo, confiante e otimista”, acrescentou.

A declaração de Cunha Bueno foi dada minutos depois que ele e o advogado Celso Vilardi, que também representa Bolsonaro, fizeram a sustentação oral da defesa do ex-presidente no plenário da Primeira Turma do STF, que julga o caso.

Bolsonaro não atentou contra Estado Democrático de Direito, diz advogado em julgamento

Vilardi disse nesta quarta-feira em sua sustentação oral no STF que Bolsonaro não atentou contra o Estado Democrático de Direito após ser derrotado na eleição presidencial de 2022.

Em sua fala, Vilardi também argumentou que o direito de defesa de Bolsonaro foi cerceado e afirmou que a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, não deve ser aproveitada no processo.

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“O presidente — e eu vou demonstrar cuidadosamente tratando da questão da minuta — não atentou contra o Estado Democrático de Direito. E não há uma única prova que atrele o presidente a Punhal Verde e Amarelo, Operação Luneta e ao 8 de janeiro”, disse Vilardi aos cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o caso está sendo julgado.

O advogado do ex-presidente se referia aos ataques às sedes dos Três Poderes por apoiadores de Bolsonaro em 8 de janeiro de 2023 e ao suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes, denominado Punhal Verde e Amarelo, e também a um documento apreendido nas investigações intitulado Operação Luneta, que traria dados de um plano para ruptura institucional.

Em sua fala, Vilardi disse ainda que Bolsonaro “não teve absolutamente nada” com os ataques de 8 de janeiro.

Prisão domiciliar

Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, é formalmente acusado de cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; participação em organização criminosa armada; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado. Se condenado, Bolsonaro poderá pegar até 43 anos de prisão, se considerados agravantes para os crimes.

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Na terça-feira, primeiro dia do julgamento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse em sua sustentação oral que uma reunião de Bolsonaro no final de 2022 com comandantes militares para consultá-los sobre medidas para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva implica que a tentativa de interrupção democrática estava em curso.

Para o advogado de Bolsonaro, o direito de defesa do ex-presidente foi cerceado, alegando que, embora tenha tido acesso às provas escolhidas pela acusação, não teve acesso a todas as provas coletadas. O advogado disse que não conhece o processo na sua íntegra e apontou o que chamou de prazos reduzidos impostos para análise do grande material entregue pela acusação à defesa.

O defensor de Bolsonaro também buscou desqualificar a delação de Cid, apontando que tem “omissões e contradições” e que isso deveria levar à anulação do acordo que o ex-ajudante de ordens fez com os investigadores. Vilardi classificou Cid de “não confiável”.

A sustentação oral das defesas dos oito réus acusados de tentativa de golpe de Estado deve ser concluída nesta quarta e, a partir da próxima semana, os cinco ministros da Primeira Turma começam a votar sobre o mérito da ação, a começar por Moraes, que é o relator do caso.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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