Política

Bolsonaro provoca rombo bilionário na Caixa em tentativa de reeleição, diz site

29 maio 2023, 15:01 - atualizado em 29 maio 2023, 15:01
Jair Bolsonaro, Arcabouço Fiscal
Ex-presidente Jair Bolsonaro provocou rombo bilionário na Caixa, diz UOL (Foto: Facebook/Jair Bolsonaro)

Em busca de garantir a reeleição, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) editou duas medidas provisórias durante o período eleitoral para ampliar o apoio entre a população de baixa renda. Essas medidas não só não garantiram a vitória do capitão reformado, como também deixaram um rombo bilionário nas contas da Caixa Econômica Federal.

É o que revela a jornalista Amanda Rossi, do UOL. Segundo ela, a primeira tentativa de Bolsonaro para conquistar o estrato mais pobre do eleitorado foi através do Auxilio Brasil, que não alcançou o resultado esperado.

Atrás nas pesquisas de intenção de voto, o então presidente apelou para a liberação de linhas de crédito com recursos provenientes da Caixa. Para tanto, ele contou com o aval do ex-presidente do banco Pedro Guimarães, revela a jornalista.

De acordo com a reportagem, Bolsonaro e Guimarães liberaram R$ 10,6 bilhões até a data das eleições para 6,8 milhões de pessoas por meio de duas medidas: o SIM Digital e o empréstimo consignado do Auxílio Brasil.

Entenda os programas

SIM Digital: Criado para pessoas com “nome sujo”, a linha de crédito emprestou R$ 3 bilhões. Porém, o dinheiro não voltou ao banco estatal. Dessa forma, a inadimplência atingiu 80% neste ano. Ou seja, para cada R$ 1 mil emprestado apenas R$ 200 foi pago. No entanto, parte desse rombo deve ser coberto com verbas do FGTS;

Empréstimos consignados ao Auxílio Brasil: A Caixa liberou R$ 7,6 bilhões entre o primeiro e o segundo turno das eleições no ano passado. O programa é criticado por reduzir o valor do benefício social para pagar o empréstimo. Além disso, mais de 100 mil devedores foram excluídos do Bolsa Família este ano e o pagamento das parcelas do crédito é incerto.

Interesse político

A apuração do UOL revela que as linhas de crédito só foram autorizadas pois existia um interesse político, uma vez que as operações, consideradas de risco elevado, foram autorizadas sem os estudos técnicos necessários e durante o período eleitoral. Enquanto Bolsonaro mirava a reeleição, Guimarães demonstrava intenções políticas eleitorais.

O então presidente da Caixa chegou a se colocar como uma possibilidade de vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Ao mesmo tempo, Guimarães afirmou em encontro com empresários que, se Bolsonaro perdesse as eleições, o jogo estava acabado e ele iria morar fora do país.

Outro lado

Ao UOL , a Caixa informou que “o banco divulga suas informações em linha com as melhores práticas do mercado”.

Pedro Guimarães também foi procurado e não quis comentar. O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, não respondeu às tentativas de contato.

Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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