Bloomberg

Boom econômico nos EUA deve durar até 2023

07 abr 2021, 12:03 - atualizado em 07 abr 2021, 12:03
Programas de resgate federais sem precedentes reduziram o desemprego e evitaram mais deterioração econômica, (Imagem: Pixabay)

O diretor-presidente do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse estar otimista de que a pandemia terminará com uma recuperação econômica nos EUA que pode durar pelo menos dois anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Tenho poucas dúvidas de que, com o excesso de poupança, novos estímulos, enormes gastos fiscais, mais flexibilização quantitativa, um possível novo projeto de lei de infraestrutura, uma vacina bem-sucedida e euforia em torno do fim da pandemia, a economia dos EUA provavelmente crescerá”, disse o CEO na quarta-feira em carta anual aos acionistas.

“Este ‘boom’ pode facilmente durar até 2023.”

Programas de resgate federais sem precedentes reduziram o desemprego e evitaram mais deterioração econômica, disse Dimon, segundo o qual os bancos entraram na crise fortes e capazes de ajudar as comunidades a enfrentarem a tempestade. Embora os bancos também tenham se beneficiado do estímulo dos EUA, criaram colchões contra futuras perdas com empréstimos e tiveram bom desempenho nos testes de estresse, afirmou.

Aos 65 anos, Dimon é o executivo mais proeminente e atua como porta-voz do setor bancário global à frente de um titã de Wall Street e dos empréstimos ao consumidor (Imagem: Reprodução/ Bloomberg TV)

Dimon também destacou o comportamento dos consumidores nos EUA, que usaram cheques de estímulo para reduzir as dívidas, que caíram para o nível mais baixo em 40 anos, e guardaram o dinheiro, o que proporcionará – também para empresas – uma quantidade “extraordinária” de poder de compra quando as restrições da Covid forem suspensas. A última rodada de medidas de flexibilização quantitativa terá gerado mais de US$ 3 trilhões em depósitos em bancos americanos, uma parte dos quais pode ser emprestada, disse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tudo isso poderia contribuir para um momento “Cachinhos Dourados”, segundo Dimon, onde o crescimento é rápido e sustentado enquanto a inflação sobe suavemente. As ameaças contra esse cenário incluem variantes do coronavírus e um salto rápido ou sustentado da inflação que poderia antecipar o aumento dos juros.

Aos 65 anos, Dimon é o executivo mais proeminente e atua como porta-voz do setor bancário global à frente de um titã de Wall Street e dos empréstimos ao consumidor. Dimon lidera o JPMorgan desde o fim de 2005 e é o único CEO ainda no comando depois de conduzir um grande banco durante a crise financeira.

A carta de 65 páginas (mais uma página de notas de rodapé) é a mais longa de Dimon depois da curta missiva do ano passado, divulgada menos de uma semana depois de voltar ao trabalho após uma cirurgia cardíaca de emergência. Como sempre, é abrangente, cobrindo tópicos como regulamentação financeira, China, desigualdade e racismo institucional.

‘Terrivelmente errado’

Apesar de todo o brilho em sua perspectiva econômica, Dimon encontrou motivos para lamentar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A pandemia destacou profundas desigualdades e seus efeitos devastadores. Em questões como saúde e imigração, as pessoas perderam a fé na capacidade do governo de resolver problemas, disse o executivo.

“Os americanos sabem que algo deu terrivelmente errado e culpam a liderança deste país: a elite, os poderosos, os tomadores de decisão – no governo, nas empresas e na sociedade civil”, escreveu. “Isso é totalmente apropriado, pois quem mais deveria assumir a culpa?”

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br