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BR Distribuidora precisa provar que sabe, mesmo, ser empresa privada

12 nov 2019, 12:18 - atualizado em 12 nov 2019, 12:18
Petrobras Br Distribuidora
BR Distribuidora: voto de confiança dos analistas, à espera de resultados melhores nos próximos trimestres (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O primeiro balanço divulgado pela BR Distribuidora  (BRDT3após a operação de venda de ações que a transformou em uma empresa privada no fim de julho, foi recebida com prudência pelos analistas. No geral, os números ficaram abaixo do esperado pelo mercado, mas os relatórios dão um voto de confiança à empresa.

O desafio, agora, é provar que a BR Distribuidora sabe, mesmo, ser uma empresa privada. Os primeiros passos foram anunciados nas últimas semanas. A companhia lançou um programa de dez passos para criar um novo modelo de precificação dos combustíveis, melhorar a logística e a gestão de custos e explorar novas fontes de receita, a partir das lojas de conveniência, instaladas nos postos.

Outra iniciativa é o plano de demissão voluntária, que pretende economizar R$ 650 milhões por ano. Os interessados devem aderir à proposta até 19 de novembro.

Embora as medidas apontem na direção correta, os analistas são unânimes em afirmar que o ponto-chave será a sua execução. Ao se referir ao potencial de corte de custos, por exemplo, o relatório da Bradesco Corretora afirma que “a execução será fundamental” para avaliar seu sucesso.

Promessa é dívida

A XP Investimentos também é cautelosa ao tratar da empresa. Em relatório divulgado na manhã desta terça-feira (12), a instituição afirma que ainda prefere “esperar por maior clareza na estratégia comercial da empresa antes de reavaliarmos nossa visão sobre as ações. O motivo é que há muitas incertezas sobre qual o ponto de equilíbrio entre margens e volumes no futuro.”

Desfalque: recuperação judicial da Avianca atrapalhou o resultado da BR Distribuidora (Divulgação/Facebook da GRU Airport)

O aumento da competição em alguns segmentos de mercado, como o de combustível de aviação (no qual perdeu a conta da Avianca, devido à recuperação judicial da aérea) e B2B, também apimenta o desafio da companhia, a ponto de despertar algum ceticismo no BTG Pactual.

Referindo-se à meta da companhia de expandir sua margem em R$ 40 por metro cúbico, o banco diz que ainda faltam “guidances quantitativos que pudessem sinalizar” que esse incremento é “realmente exequível”.

O BTG Pactual completa, lembrando que o cenário competitivo está mais acirrado. “Ainda mais agora, que a diferença de rentabilidade da BRDT, versus seus pares, está mais baixo que aquele nível e a BRDT continua perdendo mercado, em meio ao ambiente de intensificação competitiva”.

Veja o relatório de resultados da BR Distribuidora.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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