BusinessTimes

BR e Ultrapar “seguraram as pontas” durante crise e devem se recuperar no terceiro trimestre, diz BB

22 out 2020, 15:40 - atualizado em 22 out 2020, 17:47
BR Distribuidora Etanol Gasolina BRDT3
A corretora aproveitou o momento e revisou as estimativas das duas empresas (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Após enfrentarem um período adverso, com mais da metade da população em casa, sem circular, as distribuidoras de combustíveis devem apresentar sinais de recuperação no terceiro trimestre, afirma o BB Investimentos em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (22).

Para o analista Daniel Cobucc, que assina a recomendação, tanto a BR Distribuidora (BRDT3), quanto a Ultrapar (UGPA3) souberam “segurar as pontas” durante o pior da crise, enxugando gastos e aumentando a liquidez.

“A recuperação, ainda que não tenha sido plena, foi mais rápida do que o esperado: para se ter uma ideia, em abril e maio, a queda média nas vendas em relação ao ano anterior foi de 19,7%, mas em julho e agosto a mesma foi de 6,3%”, afirma.

A corretora aproveitou o momento e revisou as estimativas das duas empresas. Para a Ultrapar, o BB atualizou o preço alvo de 2021 para R$ 22 (antes em R$ 15,50), potencial de valorização de 12%, com recomendação neutra.

“Entendemos a volatilidade atual na Ipiranga como pontual e vinculada aos impactos da crise, e vemos com bons olhos os resultados das demais companhias do grupo, com destaque para a melhoria recente nos resultados da Oxiteno”, pontua.

No caso da BR Distribuidora, a corretora elevou o preço alvo de R$ 22 para R$ 23,50 e alterou a recomendação de venda para neutra.

“A reestruturação pós privatização tem mostrado efeitos benéficos para os resultados da companhia, com redução nas despesas e uma dinâmica favorável em termos de market share, motivos que colaboraram na elevação da nossa recomendação”, argumenta.

Bandeiras brancas tem levado a melhor

As “bandeiras branca” dos postos de gasolina têm ganhado espaço na participação de mercado.

“Se compararmos a situação atual de market share com a de um ano atrás, vemos BR Distribuidora estável, e Ipiranga com queda de 1 ponto percentual”, observa o analista.

Em relação a agosto de 2019, enquanto as outras companhias avançaram 1,6 ponto percentual, a rede Ipiranga caiu 1,3 ponto percentual e a BR teve redução de 2,9 pontos percentuais no market share.

Ultrapar Ipiranga UGPA3
Para Ultrapar, é esperado uma distribuição de R$ 287 milhões em 2021 e R$ 369 milhões em 202 (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

Fechando o bolso

A BR Distribuidora e a Ultrapar apresentaram redução nas despesas ao longo dos últimos doze meses. No caso da Ultrapar, houve uma queda de 5% nos no conjunto de despesas, quando comparado com os 12 meses anteriores.

“As despesas com vendas caíram 7%, o que entendemos ser também um reflexo do menor volume vendido no período, queda de 4,9% no ano, enquanto as despesas administrativas recuaram 2%”, observou.

Segundo o analista, a BR teve um desempenho melhor ainda, com redução de 5% nas despesas administrativas, “fruto da reorganização feita após sua privatização, enquanto as despesas com vendas caíram 6% ante os 12 meses anteriores”, disse.

Dividendos

O BB espera que a BR Distribuidora pague o equivalente a R$ 320 milhões em 2021, o que corresponde a um dividend yield de 1,3%.

“No entanto, a partir de 2022, entendemos que a geração de caixa da empresa deve permitir uma elevação do percentual de lucro distribuído (payout) para 50%, o que deve gerar dividendos da ordem de R$ 940 milhões, representando um yield de 3,9% sobre a cotação atual”, afirma.

Para Ultrapar, é esperado uma distribuição de R$ 287 milhões em 2021 e R$ 369 milhões em 2022, o que representa yields de 1,4% e 1,7%, respectivamente.

A BR Distribuidora divulgará seu resultado no próximo dia 10 de novembro, enquanto a Ultrapar divulgará no dia 4 de novembro.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.