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Bradesco (BBDC4): O recado do CEO diante da disparada da Selic

07 fev 2025, 11:47 - atualizado em 09 fev 2025, 22:37
Marcelo Noronha Bradesco (1)
Ainda segundo o CEO, a recuperação do retorno sobre capital também poderá crescer em velocidade menor (Divulgação: Bradesco)

O Bradesco (BBDC4) está mais preparado para passar pela escalada dos juros do que no ciclo anterior, quando a taxa básica de juros subiu de 2,5% e 13,75% e o banco enfrentou grande perda de rentabilidade, afirmou o CEO Marcelo Noronha durante conferência de resultados do quarto trimestre.

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Uma das principais preocupações dos analistas é em relação à disparada dos juros, já que o banco é mais exposto a taxas mais altas. Para Noronha, no entanto, o banco está “super seguro” no crédito.

Apesar disso, lembra que “se você tem uma carteira pré-fixada [mais exposta aos juros], se a tua taxa de juros ela sai de, está em 13,25% para 20%, todo mundo sofre. Agora acho que a gente está muito mais tranquilo em relação a isso também do que já teve no passado”.

ROE vai crescer menos?

Ainda segundo o CEO, a recuperação do retorno sobre capital também poderá crescer em velocidade menor. No final de 2023, a narrativa era de que o ROE do banco igualaria o custo de capital em algum trimestre de 2026 —um objetivo que, diante das novas condições, parece cada vez mais desafiador.

O banco não conseguiu superar a rentabilidade dos seus rivais, com um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de  12,7%, alta de 5,8 pontos percentuais no ano, enquanto o Santander (SANB11) encerrou o período com ROE de 17,6% e Itaú (ITUB4) 22%. No trimestre, a melhora foi de 0,3 ponto percentual.

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“Agora, com essa nova taxa de juros e os componentes necessários para compor a taxa americana, o custo de capital para todos será superior a 15%. Portanto, é claro que, se o crescimento desacelera, o nível de retorno esperado também é impactado”, afirma.

No entanto, um cenário mais favorável não está descartado. Para o CEO, é fundamental manter a cautela, e esse é o principal direcionamento. “Existem variáveis sobre a mesa que estão fora do controle de qualquer um. A depender da evolução da inflação e das futuras decisões do Copom, o ano pode apresentar um cenário conjunturalmente diferente”.

Um cenário mais positivo também não foi descartado pelo CEO do Itaú, Milton Malury. “Nos últimos dias, especialmente, o câmbio voltou. O câmbio voltando tem um efeito inflacionário positivo, o que pode levar uma taxa de juros até mais baixa do que essa terminal, dependendo das condições”, afirmou.

Bradesco: Brasil viveu ataque especulativo?

Questionado se o Brasil viveu um ataque especulativo, quando o dólar chegou a R$ 6,25, Noronha disse que não chamaria classificaria dessa forma, mas sim de uma queda de expectativa.

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“Uma percepção negativa que se refletiu em uma grande desvalorização cambial e em uma política monetária bastante contracionista em resposta a esse cenário. No entanto, há um limite para isso. Taxa de juros não é curva, e as curvas abriram, especialmente as de longo prazo”, diz.

O Bradesco revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para os anos de 2025 e 2026, refletindo um cenário econômico de maior volatilidade. Apesar das mudanças, o banco optou por manter a taxa Selic estável em sua previsão.

O banco reduziu sua estimativa para o crescimento do PIB para 1,9% em 2025. Em 2026, a expectativa é de uma expansão ainda mais modesta, em torno de 1,3%, embora os riscos sejam inclinados para um resultado um pouco melhor.

Fernando Barbosa, diretor de pesquisas e estudos econômicos, e sua equipe observam sinais crescentes de desaceleração econômica, reforçando a convicção de que o país enfrentará um quadro de recessão na segunda metade deste ano.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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