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Bradesco (BBDC4): Qual é o potencial da ação após mais uma leva de resultados fracos? Ativa responde

18 fev 2023, 13:00 - atualizado em 17 fev 2023, 19:50
Bradesco, dividendos
O Bradesco, segundo maior banco privado do Brasil, reportou lucro de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2022 (Imagem: Andrew Harrer/Bloomberg News)

Os resultados do Bradesco (BBDC4) desagradaram mais uma vez o mercado. Com o peso adicional do “efeito Americanas“, as ações derreteram mais de 8% no pregão após a divulgação dos números.

O segundo maior banco privado do Brasil reportou lucro de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2022, bem abaixo das expectativas projetadas pelo consenso.

Sem citar nominalmente a Americanas (AMER3), o banco provisionou 100% da exposição à varejista. Ao todo, a Americanas possui uma dívida de R$ 4,8 bilhões com o Bradesco.

Dados levantados pelo TradeMap revelam que esse último resultado é o pior para um trimestre desde o terceiro trimestre de 2006, quando a instituição reportou R$ 219 milhões de lucro.

A Ativa Investimentos já esperava números ruins, mas o balanço reportado pela companhia conseguiu vir pior que o esperado pela corretora.

De olho na inadimplência, que continua crescendo, e na piora do guidance para 2023, considerando o crescimento projetado para despesas operacionais e custo de crédito, a Ativa atualizou suas estimativas para o Bradesco, o que levou a um corte no preço-alvo, a R$ 15,20.

O valor implica um potencial de valorização limitado de 9% sobre o preço atual da ação. A recomendação “neutro” foi reiterada.

“Pelas despesas operacionais, havíamos projetado crescimento de 6% a/a, em linha com a inflação, como de fato o guidance aponta para esse crescimento nas despesas administrativas e de pessoal. Porém, não contávamos com um crescimento das demais despesas operacionais tão forte quanto o indicado pelo Bradesco, o que nos fez revisar esse crescimento para 11% a/a, exatamente no meio da banda indicada pelo banco”, explicam Pedro Serra e Pedro Dietrich, em relatório publicado na semana.

A Ativa esperava ver uma desaceleração na inadimplência do quarto trimestre ante o trimestre anterior, além de uma expansão de carteira de crédito melhor que as projeções reportadas para 2023.

“Como esses dois fatores vieram pior do que nossas projeções, estamos aumentando consideravelmente nosso custo de crédito para 2023, saindo de R$ 33,2 bilhões para R$ 38,9 bilhões, tocando o topo do guidance do Bradesco”, afirmam Serra e Dietrich.

Com dados inflacionários podendo pressionar ainda mais a inadimplência, a Ativa avalia a possibilidade de uma desaceleração mais brusca da expansão da carteira de crédito, além de um provisionamento maior.

“O quarto trimestre de 2022 evidenciou um problema no seu modelo de concessão de crédito, fato explícito devido ao guidance de 2023 com provisionamento bastante elevado, além de uma inadimplência ainda acelerada, enquanto seus pares já mostram normalização da curva”, completa o time de análise da corretora.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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