Comprar ou vender?

Bradesco está vacinado contra segunda onda da Covid, apontam analistas

29 mar 2021, 15:33 - atualizado em 29 mar 2021, 17:51
Bradesco
Para o Safra, em relatório enviado a clientes, o Bradesco conseguirá entregar bons resultados em 2021, mesmo com todas as dificuldades (Imagem: Bradesco/Linkedin)

A segunda onda da Covid chegou com força no Brasil, com recorde de casos e morte e vários estados sendo obrigados a restringirem a circulação de pessoas. A grande pergunta que o investidor faz é: qual será o impacto das restrições na atividade econômica?

Para o Safra, em relatório enviado a clientes, o Bradesco (BBDC4) conseguirá entregar bons resultados em 2021, mesmo com todas as dificuldades.

A corretora calcula em R$ 26 bilhões o lucro líquido para 2021, alta de 4% em comparação com 2020.

“Acreditamos que nossa estimativa de ganhos pode ser muito viável, pois confirmamos nossa perspectiva de crescimento sólido do crédito (perto de dois dígitos) e o opex (despesas operacionais) diminuindo próximo à parte inferior de sua faixa de orientação”, destacam os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória.

A dupla conversou com a equipe de relação com investidores, Carlos Firetti (diretor de RI) e Eduardo Potério (gerente de RI), para entender melhor a dinâmica do banco para os próximos meses.

“No geral, saímos das reuniões com a sensação de que o guidance tem uma faixa bastante boa para absorver potencial desaceleração econômica nas próximas semanas”, disseram.

Porém, eles ressaltam que um prolongamento maior da pandemia e um ritmo lento de vacinação pode sim prejudicar os números do banco.

“Mesmo considerando que uma nova rodada de amortização podem ocorrer adiamentos, o Bradesco parece bem provisionado para o ano, em um contexto esse pico de NPL (empréstimos inadimplentes, em português) pode não ser tão grave como em outras crises”, argumentam.

Reabertura ainda é uma esperança

De acordo com a dupla, considerando a dinâmica da reabertura em outros lugares, como a Inglaterra, os EUA e até mesmo Manaus, a reabertura da economia brasileira tende a ocorrer rapidamente após algumas semanas de bloqueio.

“Dito isto, assumindo um cenário em que a economia comece a se reacelerar em maio, as linhas principais devem ser alcançadas mais perto da faixa intermediária da orientação”, afirmam.

Bloqueio não afeta carteira de crédito

Segundo eles, o banco não observou deterioração significativa na originação de crédito.

A exceção, porém, pode ser o financiamento de veículos, que teve um problema de abastecimento, causado pela interrupção da cadeia das montadoras.

“De acordo com a orientação, o banco deve ver uma migração de mix para a linha de pessoas físicas, enquanto o grande crescimento corporativo pode perder força”, apontam.

Mercado, Selic
O banco aumentou seu hedge para se proteger do aumento da taxa de juros nos últimos trimestres, o que pode mitigar os impactos do aumento da taxa de juros (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Alta da Selic pode atrapalhar

A alta da Selic em 0,75 ponto percentual poderá prejudicar os empréstimos inadimplentes, observam os analistas.

Contudo, o banco aumentou seu hedge para se proteger do aumento da taxa de juros nos últimos trimestres, o que pode diminuir os impactos do aumento da taxa de juros.

Pix e Open Banking ainda não são um risco

Anunciado como algo revolucionário, o Pix deverá diminuir as receitas de transferência com fio.

Porém, algumas barreiras ainda impedem o meio de pagamento de ganhar domínio entre seus usuários, o que pode mitigar a grande transformação na indústria, especialmente relacionada às taxas de cartão de débito.

“Aparentemente, os comerciantes não estão tão ansiosos para promover o Pix em vez de cartão de débito transações. Além disso, os serviços de cobrança dos bancos trazem a comodidade dos pagamentos”, apontam.

Recomendação

O Safra mantém a recomendação de compra para as ações do Bradesco, com preço-alvo de R$ 36, o que implica potencial de valorização de 36%.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.