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Bradesco não fez nada do que se esperava, mas e daí? Compre ações, dizem analistas

30 abr 2020, 11:57 - atualizado em 30 abr 2020, 11:57
Bradesco
Proteção: Bradesco elevou reservas para eventuais inadimplentes (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

O Bradesco (BBDC4) frustrou as expectativas, ao divulgar um lucro líquido recorrente 40% menor que o do primeiro trimestre do ano passado. Os R$ 3,75 bilhões gerados representam um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido, em inglês) de 11%.

O BTG Pactual (BPAC11) resumiu com uma exclamação a reação do mercado: “é o menor [ROE] em mais de 20 anos!”.

Os motivos para o recuo da lucratividade de um dos maiores bancos privados do país são conhecidos. A pandemia de coronavírus levou a instituição a aumentar, em R$ 2,5 bilhões, as provisões para eventuais inadimplentes.

Sem isso, pelas contas do UBS, o resultado ficaria dentro do esperado (cerca de R$ 5,5 bilhões), segundo relatório obtido pelo Money Times.

Os investidores não gostaram dos números, e punem o Bradesco do jeito mais eloquente – com uma forte queda das suas ações no pregão desta quinta-feira (30), véspera de feriado.

Por volta das 11h20, as preferenciais (BBDC4) recuavam 5,77%, para R$ 19,45, enquanto o Ibovespa caía em ritmo menos intenso: -1,87%, para os 81.611 pontos.

Gente como a gente

Mas, o que isso significa, afinal de contas? Eduardo Rosman e Thomas Peredo, que assinam o relatório do BTG Pactual, os números “mostrarão à imprensa e ao Congresso que os grandes bancos não são imunes à crise”.

Mas, até que ponto, é preciso se preocupar? Afinal, junto com a divulgação dos resultados, veio a notícia de que o Bradesco suspendeu o guidance (conjunto de metas) de 2020. No mundo das empresas, essa é uma atitude drástica, tomada apenas em tempos de grandes incertezas.

Para Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch, que assinam relatório do UBS, a principal dúvida é “quanto ainda é necessário de provisões, e quanto do aumento da provisão para devedores duvidosos no 1T20 já reflete os efeitos do Covid-19?”

Comprar, comprar, comprar

Mesmo apanhando na Bolsa e desapontando as expectativas, o Bradesco ainda conta com a confiança dos analistas. Apesar dos números reportados, os relatórios divulgados até agora mantêm a recomendação e o preço-alvo dos papéis.

O UBS reiterou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 27. O Banco Safra, de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço de R$ 47. Já o BTG Pactual calcula o preço de R$ 28, também com indicação de compra.

Em comum, os analistas afirmam que o papel continua interessante. “Apesar dos lucros desapontadores (especialmente a tendência à inadimplência), acreditamos que o valuation do banco é atrativo”, resume o UBS, referindo-se à relação Preço/Valor Patrimonial de 1,1 vez (P/BV, na sigla em inglês).

Veja o relatório de resultados do Bradesco.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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