Bradesco: resultados surpreendem, superando até a projeção mais otimista; ação vira top pick

O Bradesco (BBDC4) pegou todo mundo de surpresa ontem à noite, quando divulgou os resultados do quarto trimestre de 2020. Há consenso entre os analistas sobre os números que a instituição financeira apresentou: os dados vieram fortes e conseguiram superar até mesmo a projeção mais otimista.

O banco encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro recorrente de R$ 6,8 bilhões, representando alta de 2,3% em relação ao mesmo período de 2019.

O controle das despesas operacionais e o aumento do crédito acabaram compensando o aumento das provisões para perdas com calotes, que aumentaram 14,7% no comparativo anual.

A carteira expandida de crédito totalizou R$ 687 bilhões, alta anual de 10,3%. As despesas operacionais caíram 9,3%, para R$ 11,4 bilhões.

A rentabilidade sobre o patrimônio caiu 1,2 ponto percentual e atingiu 20%. Apesar da queda, o indicador veio acima do esperado.

O BTG Pactual (BPAC11) destacou que os ganhos “anormalmente fortes” da tesouraria contribuíram para o sucesso do balanço do Bradesco. No entanto, mesmo após ajustes, os números ainda teriam superado as estimativas da equipe de análise.

“Foi o melhor do quarto trimestre até agora entre os grandes bancos brasileiros que cobrimos”, disse o BTG. Depois da divulgação de dados melhores do que o esperado, os analistas mudaram a classificação do Bradesco, escolhendo a empresa como a nova top pick entre os bancos tradicionais brasileiros. Eles também ajustaram para cima as estimativas de lucro líquido em 2021 (agora de aproximadamente R$ 26-27 bilhões).

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O Inter Research mencionou os números do banco digital Next e da corretora Ágora Investimentos.

“Gostamos dos avanços operacionais no Next e na Ágora, que continuam apresentando crescimento em clientes e volume sob custódia”, disse.

O BTG e o Inter Research têm recomendação de compra e preços-alvo de, respectivamente, R$ 30 e R$ 32 para a ação do Bradesco.

Guidance

Além do balanço, o Bradesco divulgou seu guidance para 2021. Dentre as projeções apresentadas pelo banco estão a redução de 5% nas despesas operacionais até o fim do ano e o crescimento de até 13% da carteira de crédito expandida.

Segundo o Safra, o destaque do guidance foi a expansão da linha de provisões para devedores duvidosos (PDD), que ficou “muito abaixo da nossa estimativa de custo do crédito de R$ 20,7 bilhões para 2021”.

O forte guidance do Bradesco aumentou as expectativas do mercado. O Safra, que tem o banco como um dos principais nomes do setor bancário, projeta uma recuperação ainda mais intensa para a companhia. Os analistas reforçaram a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 35 para o papel.

A XP Investimentos, por ver o banco bem defendido e com uma boa dinâmica de lucros, reiterou a compra da ação, com preço-alvo de R$ 27.