Política

Braga Netto diz que golpe militar de 64 fortaleceu a democracia

31 mar 2022, 10:05 - atualizado em 31 mar 2022, 10:05
Braga Neto
Na versão de Walter Braga Netto, famílias, militares, empresários, políticos, a imprensa e a sociedade em geral se uniram para “para restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil” (Imagem: Flickr/ Marcos Corrêa/PR)

Em sua última ordem do dia como Ministro da Defesa, o general da reserva Walter Braga Netto classificou o golpe militar de 1964 como marco histórico e afirmou que a ação, que levou a 21 anos de ditadura violenta no país, conduziu ao “fortalecimento da democracia”.

A ordem do dia, lida diariamente nos quartéis para informar a tropa, é usada no dia 31 de março todos os anos para comemorar o golpe de 64, mas se transformou em um ato de defesa explícita do período militar durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Na versão de Walter Braga Netto, famílias, militares, empresários, políticos, a imprensa e a sociedade em geral se uniram para “para restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil“.

“Nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização, de segurança, de crescimento econômico e de amadurecimento político, que resultou no restabelecimento da paz no país, no fortalecimento da democracia, na ascensão do Brasil no concerto das nações e na aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita pelo Congresso Nacional“, escreveu Braga Netto.

A derrubada do presidente João Goulart, que realmente contou com apoio de setores da sociedade, levou a uma ditadura de 21 anos, que teve presos políticos, torturados, mortos, desaparecidos, fechamento do Congresso e censura à imprensa, entre outras quebras dos direitos humanos.

O crescimento econômico, que se registrou durante alguns anos na década de 1970, desapareceu na década de 1980, e 1984, último ano dos militares no poder, terminou com uma hiperinflação.

Braga Netto deixará o governo nesta quinta-feira. O general da reserva, hoje um dos bolsonaristas mais fiéis, deve ser o candidato a vice-presidente na chapa do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

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