Money Times Entrevista

Brasil ainda é terreno fértil para galpões logísticos, diz CFO da LOG Commercial Properties (LOGG3)

21 ago 2025, 7:30 - atualizado em 21 ago 2025, 11:44
Rafael Saliba, CFO da Log Commercial Properties (LOGG3)
(Imagem: Divulgação)

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Com 170 milhões de metros quadrados de parques logísticos, o Brasil ainda é um país carente de galpões, cenário que, para Rafael Saliba, CFO da Log Commercial Properties (LOGG3), abre espaço para um ciclo de crescimento robusto do setor nos próximos cinco anos, sustentado pelo avanço do e-commerce e da economia.

“O mercado brasileiro ainda é pouco explorado quando olhamos para a oferta de galpões logísticos de padrão internacional. Esse é o motor que deve guiar a expansão da Log e do setor como um todo”, afirmou Saliba em entrevista ao Money Times. Segundo o executivo, a companhia está vivendo o melhor momento de sua história, com forte demanda por galpões de qualidade, baixa vacância e carteira de clientes diversificada.

“Temos 30 milhões de m² de parque logístico triple A. Com o avanço do e-commerce e o crescimento econômico, o potencial de desenvolvimento nos próximos cinco anos é evidente”, destacou.

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No segundo trimestre de 2025 (2T25), a Log registrou lucro líquido de R$ 87,1 milhões. No semestre, o lucro totalizou R$ 173,4 milhões, aumento de 17,8% em relação a 2024. O Ebitda somou trimestral foi de R$ 140,3 milhões, com crescimento de 21,5%, na mesma base comparativa, refletindo a forte demanda por galpões logísticos de qualidade e o desempenho da carteira de clientes.

A companhia mantém ainda uma taxa de vacância de apenas 0,93%, bem abaixo da média de mercado, que gira em torno de 7,4%, mostrando a força da Log em ocupar espaços estratégicos e atender grandes clientes de e-commerce e indústria. O ticket médio por metro quadrado também segue em alta, chegando a R$ 21,25, um crescimento de 9,8% sobre o 2T24.

Para o CFO, esse aumento de aluguel não é só reflexo do mercado aquecido, mas também do trabalho da empresa em renegociar contratos antigos. “Nosso foco é ser parceiro dos clientes. Muitos alugam nossos galpões atuais e acabam pedindo novos espaços. Nós conversamos, mostramos os dados de mercado e tentamos chegar num acordo justo. Isso tem funcionado bem e mantém a vacância baixa”, disse.

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Saliba acrescenta que essa proximidade com os locatários ajuda a Log a crescer de forma orgânica: “Os galpões modulares dão flexibilidade, então conseguimos ajustar o espaço conforme a necessidade deles, mesmo com preços mais altos”, explicou.

Venda de ativos financia plano de expansão até 2028

A companhia também segue com estratégia de reciclagem de ativos, vendendo galpões maduros para gerar capital para novos projetos. No 2T25, a Log vendeu o LOG Brasília por R$ 163 milhões, com margem bruta de 27,2%. No total, as vendas de ativos em 2025 somam R$ 424 milhões, com margem bruta de 31,5%.

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Além disso, o plano LOG 2 Milhões segue em ritmo acelerado. A companhia entregou 143 mil m² de ABL no primeiro semestre, conta com outros 336 mil m² em construção e 513 mil m² já aprovados. O landbank contratado soma 915 mil m², o que significa que cerca de 70% da meta até 2028 já está assegurada.

Boa parte dessa expansão ocorre por meio de permutas de terrenos, reduzindo a necessidade de capital próprio e reforçando a disciplina financeira.

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“Nosso foco é crescer com rentabilidade, mantendo a alavancagem controlada e maximizando a geração de caixa”, afirma o CFO. Para os próximos semestres, a expectativa é de resultados ainda mais fortes, sustentados por novos lançamentos e pela continuidade da reciclagem de ativos. “O Brasil ainda tem muito espaço para crescer, e a Log está posicionada para capturar essa oportunidade”, diz Saliba.

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Dividendos, recompra e desempenho na Bolsa

Além do plano de expansão, a Log também reforça a estratégia de geração de valor aos acionistas. Em outubro de 2024, a companhia anunciou um novo programa de recompra de ações, válido por até 18 meses e com limite de até 4,8 milhões de papéis. Até agora, já foram recompradas 1,23 milhão de ações, o equivalente a 25,7% do programa.

No 2T25, a empresa aprovou ainda a distribuição de R$ 20,6 milhões em dividendos, correspondentes a 25% do lucro líquido ajustado do período. O pagamento será realizado em 11 de setembro de 2025.

As ações da Log acumulam alta de 10,85% em 2025.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.