Guerra Comercial

Brasil deve se preocupar com aumento de produtos chineses, diz economista-chefe global do Citi

15 out 2025, 6:14 - atualizado em 15 out 2025, 6:30
Citi
(Imagem: REUTERS/Mike Segar)

As mudanças no comercial internacional após a implantação de tarifas de exportação, principalmente pelos Estados Unidos, podem aumentar o fluxo de produtos chineses ao Brasil e isso pode se tornar um problema no médio prazo. Em entrevista publicada nesta quarta-feira (15) pelo jornal Valor Econômico, o economista-chefe global do Citi, Nathan Sheets, diz que esse cenário é um efeito indireto da guerra comercial entre China e EUA.

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“Em três a cinco anos, esse pode se tornar o maior problema: como vocês estarão gerenciando as exportações da China [para o Brasil] e o que isso vai significar para a economia e o comércio do Brasil?”, afirma.

Sheets se mostrou otimista em uma retomada da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, apesar de reconhecer que o conflito entre os dois países aconteceu por divergências políticas e ideológicas entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva.

“Parece que há espaço para negociação aí. Eu estaria otimista em relação ao corredor comercial EUA-Brasil, se não em um horizonte de três ou seis meses, em um de três a cinco anos”, afirma.

“Acredito que há uma situação em que o Brasil, a médio e longo prazo, pode estar relativamente bem posicionado. Primeiro, porque é uma grande economia emergente com uma demanda interna razoável. Simplesmente, o Brasil não é tão dependente de exportações para os EUA como muitos outros países. Além disso, o Brasil tem, de fato, um déficit comercial com os EUA. Isso também deve contribuir para uma postura menos agressiva dos EUA”.

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Sobre os impactos das tarifas de Trump nos mercados, Sheets considera que os nove meses do novo mandato do Republicano permitiu maior familiaridade com o estilo do governo e entender o que Trump fará ou não fará.

“Nada foi totalmente implementado e ainda estamos aprendendo em tempo real, mas temos uma noção melhor de onde as coisas estão. Em outras palavras, a incerteza política, que era alta no início do governo, está começando a diminuir. A incerteza econômica ainda é elevada, mas não tanto quanto era”.

Dependência agrícola brasileira

A guerra tarifária entre EUA e China gerou grande impacto nas exportações agrícolas norte-americanas para o país asiático. Porém, se em um primeiro momento a consequência é benéfica ao produtor brasileiro, no futuro pode significar uma maior competição nos outros mercados, redistribuindo as vendas agrícolas globais.

“Na medida em que produtos agrícolas americanos não podem ser vendidos na mesma proporção na China, isso pode significar oportunidades para o Brasil. Mas também pode significar uma concorrência global maior para os agricultores brasileiros”, diz o economista-chefe do Citi.

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fernando.antunes.ext@moneytimes.com.br
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