Internacional

Brasil e Argentina negociam liberar água para Rio Paraná

16 abr 2020, 11:19 - atualizado em 16 abr 2020, 11:19
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Diplomatas brasileiros e argentinos já trataram do tema em reunião virtual e planejam nova rodada de negociações na sexta-feira (Imagem: Pixabay)

Os governos da Argentina e do Brasil estão em negociações para liberar água da represa de Itaipu em direção ao Rio Paraná, onde os baixos níveis afetam exportações agrícolas equivalentes a US$ 20 bilhões ao ano.

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Diplomatas brasileiros e argentinos já trataram do tema em reunião virtual e planejam nova rodada de negociações na sexta-feira, segundo autoridade do Ministério de Relações Exteriores da Argentina.

O Brasil precisa da energia de Itaipu para atender à sua demanda, mas mostrou disposição de ajudar a Argentina, que é afetada pelos baixos níveis dos rios, disse a autoridade.

Devido ao período de seca no verão, o Rio Paraná está no nível mais baixo desde 1989. Com isso, traders de produtos agrícolas argentinos enfrentam aumento dos custos justo no início da colheita de soja. A Argentina é a maior exportadora mundial de farelo de soja e óleo de soja.

O nível da água em Rosário, uma importante cidade portuária argentina, é de apenas 78 centímetros, quase cinco vezes abaixo da média para esta época do ano, segundo dados do governo.

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Exportadores perderam 90 centímetros de capacidade de carga em graneleiros, o que significa 7.500 toneladas a menos carregadas, dependendo do navio.

No longo prazo, pode ser difícil para complexos de esmagadoras e portuários receberem cargas transportadas por agricultores no ritmo normal, o que restringiria a oferta no mercado global de farelo de soja, disse Esteban Moscariello, operador de Rosário para a corretora Diaz Riganti Cereales.

O reabastecimento em portos no Atlântico também aumenta os custos de logística.

A empresa de dragagem belga Jan de Nul realiza operações de emergência para aumentar a profundidade ao canal do rio.

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Mas, com a seca persistente, a água pode continuar a diminuir mais rapidamente do que as dragas podem cavar, disse Gustavo Idigoras, presidente do grupo de esmagamento e exportação de colheitas Ciara-Cec, cujos membros incluem as gigantes de trading agrícola do chamado grupo ABCD.

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bloomberg@moneytimes.com.br