Brasil espera nova reunião com EUA nas próximas semanas
O governo brasileiro espera uma nova reunião de negociação com os Estados Unidos (EUA) nos próximos 15 dias, e os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, estão prontos para viajar a Washington a qualquer momento, ainda que não haja até o momento uma definição de data para um encontro, disseram à Reuters duas fontes que acompanham o tema.
De acordo com as fontes, não houve ainda novos contatos com as equipes norte-americanas, que estavam até quinta-feira em viagem à Ásia com o presidente Donald Trump.
A expectativa inicial do governo brasileiro era de que esse novo encontro pudesse ser já na semana que vem, e isso ainda não está descartado, segundo uma das fontes, mas o mais provável é que, com o prazo apertado e diante da realização da cúpula dos líderes da COP30 na quinta e sexta-feira, a reunião com membros do governo dos EUA se dê na segunda semana de novembro.
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De qualquer forma, diz a fonte, as negociações com os EUA são prioridade absoluta na agenda brasileira neste momento e a determinação dos dois presidentes é para que as conversações aconteçam o mais rapidamente possível.
A expectativa é que essa reunião traga para a mesa finalmente o que os Estados Unidos querem negociar com o Brasil. Questões como terras raras, etanol, big techs são vistas como possíveis temas, mas até agora nada foi citado, nem na reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Trump, no último domingo, nem no encontro seguinte, entre o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o representante de Comércio da Casa Branca, Jamieson Greer, Mauro Vieira e o secretário-executivo do MDIC, Márcio Rosa.
Do lado brasileiro, há disposição do Brasil em negociar esses temas, mas a intenção é esperar o que os norte-americanos vão colocar na mesa antes de fazer ofertas — até porque, até abril, antes de Trump anunciar tarifaço que afetou vários países, o governo brasileiro já havia feito propostas, não respondidas.
O que está fora da mesa, dizem as fontes, são questões políticas relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas duas reuniões na Malásia, diz uma delas, presente aos encontros, não houve por parte dos norte-americanos tentativas de colocar o tema em discussão, o que está sendo visto como uma mudança consolidada da posição norte-americana.