Brasil na mira: Investidores estrangeiros aportam R$ 1,8 bilhão na Bolsa; saiba o que impulsiona os mercados emergentes

O Brasil, assim como outras economias emergentes, voltou ao radar dos investidores estrangeiros. Desde 17 de abril, há quase um mês, o fluxo de capital externo na Bolsa brasileira tem sido positivo, de acordo com dados da B3.
Na última terça-feira (13), os gringos aportaram cerca de R$ 1,8 bilhão no mercado secundário da Bolsa (ações já listadas), no mesmo dia em que o Ibovespa (IBOV) subiu 1,74%, aos 138.963,11 pontos, em novo recorde nominal até então.
Com esse movimento, o saldo dos investidores estrangeiros em maio acumula superávit de R$ 8,4 bilhões. No ano, o resultado também é positivo, somando R$ 18,9 bilhões.
Na contramão, os institucionais retiraram R$ 1,4 bilhão da Bolsa na mesma data, ampliando o déficit mensal para R$ 7,3 bilhões. No acumulado de 2025, o saldo negativo chega a R$ 20,6 bilhões.
Já os investidores pessoas físicas sacaram aproximadamente R$ 619 milhões na terça (13). Com isso, o fluxo no mês aponta para um déficit de R$ 859,1 milhões. Apesar disso, o saldo no ano segue no azul, em R$ 2,7 bilhões.
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Dólar em queda e perspectivas para os emergentes
A redução do tarifaço de Donald Trump nos EUA, o avanço nas negociações com a China e os dados de inflação mais benignos ao redor do mundo têm contribuído para um clima mais otimista entre os investidores para com os mercados emergentes.
Como consequência, segundo Guilhermo Marques, analista da Hedgepoint Global Markets, o dólar perdeu valor no último mês, principalmente pelo questionamento do fim da hegemonia americana.
O índice DXY, que mede o desempenho da moeda dos Estados Unidos frente a uma cesta de divisas, recuou cerca de 1,3% nas últimas duas semanas, refletindo uma maior aversão ao risco americano e um movimento em direção a ativos de economias em desenvolvimento – como o Brasil.
De acordo com Marques, esse fluxo tem sido impulsionado por três motivos principais:
- A busca por diversificação cambial, com Bancos Centrais e grandes fundos globais ampliando reservas em moedas como o yuan e o dirham;
- A expectativa de cortes nos juros americanos, reduzindo o diferencial em relação a países com taxas mais elevadas, como Brasil e México;
- O aumento das entradas líquidas de capital em países emergentes, tanto por meio de investimento direto quanto em renda fixa e variável, em busca de retornos mais atrativos.