Internacional

Brasil no Egito: país leva US$1,6 bi em crédito de carbono para vender a gringos e missão de atrair investimento verde

14 nov 2022, 15:00 - atualizado em 16 nov 2022, 16:58
Lula
Lula vai ao Egito com o lema de “reinserir o Brasil na cena mundial” (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou nesta segunda-feira (14) ao Egito para participar da COP27, conferência climática organizada pela ONU, onde, acompanhado por governadores da região norte do país, deve discursar no dia 18.

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Sob a intenção de “reapresentar o Brasil à cena mundial”, Lula chega com a pompa de um presidente já em exercício, sendo sondado para comparecer ao menos em 10 encontros bilaterais. Entre eles, estariam representantes de China, EUA, Alemanha e do Banco Mundial. 

O apetite pela participação de Lula na COP27 evidencia um contraste com o atual governo, que adquiriu para si a pecha de inimigo do clima. Como constata Ernesto Leme, diretor comercial da Principal Claritas, o Brasil enfrenta uma a percepção mais desfavorável desde que começou a trabalhar com investidores estrangeiros há 32 anos.

Brasil na rota do investimento verde

A expectativa que o novo governo recoloque o Brasil nos acordos ambientais e climáticos já gerou repercussões, como visto pelo desbloqueio de repasses do ‘Fundo Amazônia’, anunciado um dia após a eleição do petista pelo ministro do Meio Ambiente da Noruega. O país é o maior doadores do fundo, tendo repassado US$ 1,2 bilhão para o Brasil para prevenir, monitorar e combater o desmatamento.

Na mesma linha, a Alemanha de Olaf Scholz  disse que pretende retomar a cooperação com o Brasil no intuito de reter o aquecimento global na meta de 1,5°C.

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O aceno dos países europeus a Lula evidencia a influência determinante das pautas ESG na alocação de recursos externos de longo-prazo.

A sigla ‘ESG’ denota um modelo de governança de negócios e empresas com lastro em diretrizes socioambientais. O assunto tem ganhado força à medida que a União Europeia e outros atores internacionais buscam planos alternativos à energia fóssil.

O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), que é um dos integrantes da equipe de transição de Lula na área de indústria e comércio, disse à CNN na semana passada que o mercado de créditos de carbono deve ser um dos mais beneficiados pela mudança de bordo da política externa.

O funcionamento desse mercado inclui o pagamento para a preservação e restauração da floresta amazônica, como forma de compensação pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

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Não à toa, Wilson Lima (União Brasil – AM), governador reconduzido ao cargo no estado do Amazonas, chega à COP27 com US$1,6 bilhão em créditos para vender a investidores estrangeiros, o que equivale a 809,6 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2e).

De acordo com o relatório publicado pela consultoria McKinsey em setembro, a demanda por créditos de carbono pode significar um aporte de US$ 2,3 bilhões na economia brasileira até 2030. O ano marca o vencimento do compromisso para a redução de 50% do gases estufa como metano e dióxido de carbono.

Agro pode se beneficiar de acordos multilaterais

A volta do Brasil à mesa de negociações climáticas favorece o país na rota dos acordos multilaterais.

Uma das frentes mais visadas tanto pelo produtor brasileiro quanto pelo investidor internacional é o avanço do acordo comercial União Europeia-Mercosul, uma iniciativa que se arrasta há mais de 20 anos sem conclusão e que encontra como um dos grandes obstáculos a pauta ambiental.

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A aprovação do acordo envolveria uma imediata ou gradual redução das tarifas de importação, com o potencial de tornar mais baratos ao mercado consumidor produtos tanto agropecuários como industriais, no que significaria o maior acordo livre do mundo.

A desobstrução de novas fatias do mercado europeu, a despeito da pressão protecionista que deve sofrer, é um objetivo desejado pelo agronegócio de ponta do Brasil. O setor, inclusive, tem feito a lição de casa e hoje é uma referência na adoção de práticas sustentáveis.

O compromisso do agro tech é traduzido, por exemplo, pela fatia de 13% de energia solar produzido no país, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica divulgados em outubro.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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