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Como a China pode virar seu canhão de investimentos dos EUA para o Brasil

27 maio 2025, 20:04 - atualizado em 27 maio 2025, 20:14
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Além dos ETFs, os investidores chineses também poderão investir diretamente no Brasil (Imagem: REUTERS/Tingshu Wang/Pool)

A guerra tarifária que abalou o mundo pode deixar alguns feridos, mas também trazer benefícios para a economia brasileira. Isso porque o choque entre os Estados Unidos e a China, cuja as tarifas chegaram a ultrapassar os 100%, abre uma janela para que parte desse fluxo mude para o Brasil.

Em entrevista ao Money Times, durante evento do Bradesco Asset, que lançou dois ETFs (fundos de índices) que permitem ao investidor acesso direto às bolsas chinesas, Bruno Funchal, que comanda a gestora, destacou que o país está no radar dos chineses.

“A China tem essa necessidade de investir para além do mercado chinês e além do mercado americano, porque tem muito dinheiro chinês que vai para os Estados Unidos. O Brasil entra como um meio do chinês diversificar investimentos”, destaca.

Além dos ETFs, os investidores chineses também poderão investir diretamente no Brasil.

“Existe uma predisposição do investidor da China em olhar para novos mercados. E o Brasil sai na frente por ter essa parceria com a China. Estamos super otimista com o que vem aí também com o lançamento dos fundos na China para acessar o nosso empréstimo aqui”, afirmou Ricardo Eleuterio, diretor da Bradesco Asset

Bradesco Asset
Nesta terça, a B3 realizou um toque de campainha para celebrar o lançamento dos primeiros ETFs (fundos de índices) (Foto Divulgação B3)

China: Momento ruim?

Questionado se a chegada do novo produto vem em um mal momento, em meio às incertezas com a segunda maior economia do mundo, Funchal diz que o país dá sinais positivos.

“Nós vemos a China, mesmo com essa dificuldade da mudança e do crescimento via infraestrutura e mercado imobiliário, com o crescimento via consumo. Acho que ela está conseguindo avançar nessa direção, o que pode ser bom para os investimentos”.

Ainda segundo ele, o crescimento chinês pode não ser aquele crescimento da década passada, quando crescia a 10% ao ano. “Vai ser um pouco acertado pela tarifa, mas não vai ser fraco, vai ser 4,5% a 4,7%”.

Nesta terça, a B3 realizou um toque de campainha para celebrar o lançamento dos primeiros ETFs por meio do Programa ETF Connect.

“Não podemos ignorar o mercado chinês, dada toda a pujança que ele apresenta — seja em tecnologia, seja no desenvolvimento de novas soluções. Quem esteve lá, como eu estive em setembro do ano passado, se surpreende mais uma vez com a dimensão e a velocidade daquele mercado”, afirmou Eleuterio.

Ainda segundo ele, é um país com forte atuação governamental, com incentivos crescentes e um mercado interno cada vez mais robusto.

“Nesse contexto, a ideia de diversificação ganha ainda mais sentido para o investidor. Estar exposto à China, mesmo que parcialmente, faz sentido. Claro que os ciclos vêm e vão, mas, para nós, faz todo sentido manter uma parcela do portfólio investida na China”.

Os fundos passaram a ser negociados na última segunda.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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