Exportações

Brasil tem superávit comercial de US$ 7,075 bilhões em julho, acima do esperado; déficit com os EUA cresce

07 ago 2025, 4:20 - atualizado em 07 ago 2025, 4:12
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Brasil acumula superávit comercial de US$ 36,983 bilhões até julho (Foto: Porto de Santos)

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 7,075 bilhões em julho, uma queda de 6,3% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado, mas acima do esperado por economistas, mostraram dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços nesta quarta-feira.

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As exportações somaram US$ 32,310 bilhões, valor recorde para o mês e uma alta de 4,8% em relação a julho de 2024. As importações, por outro lado, cresceram 8,4% no mesmo período, totalizando US$ 25,236 bilhões, também as mais elevadas para julho.

Economistas consultados pela Reuters previam superávit de US$ 5,600 bilhões de dólares no mês.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o saldo comercial foi de US$ 36,983 bilhões, uma queda de 24,7% em relação ao observado no mesmo período de 2024. As exportações somaram US$ 198,011 bilhões (+0,1%) no ano, e as importações, US$ 161,029 bilhões (+8,3%).

Questionado sobre possíveis mudanças nas dinâmicas comerciais com os Estados Unidos como resultado da imposição de tarifas mais elevadas sobre produtos brasileiros pelo presidente norte-americano, Donald Trump, o diretor de Estatísticas e Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, disse que houve crescimento recente dos embarques de vários produtos para os EUA que parece estar associado a um movimento de antecipação de vendas, pontuando que a dinâmica já era esperada.

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“Sabemos que teve efeito de antecipação porque isso foi relatado pela própria imprensa”, disse. “O que é natural. A gente observa isso também quando o Brasil adota alguma medida comercial.”

Apesar desse movimento, o déficit do Brasil com os EUA tem crescido, refletindo a alta mais acelerada das importações brasileiras. Em julho, o saldo do comércio bilateral foi negativo em US$ 559,6 milhões para o Brasil, ante um déficit de US$ 38,9 milhões no mesmo mês de 2024. No período, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 3,8% e as importações, 18,17%. No acumulado do ano, o déficit chegou a US$ 2,3 bilhões para o Brasil, de US$ 318,6 milhões no mesmo período do ano passado.

Brandão argumentou que o déficit com os EUA é estrutural e destacou que as importações e exportações brasileiras ao país têm crescido.

“O Brasil tem esse déficit estrutural com os Estados Unidos há cerca de 15 anos, então é difícil reverter uma tendência. Isso faz parte da composição da estrutura produtiva dos países. O Brasil demanda mais bens dos Estados Unidos em relação com o que os Estados Unidos demandam do Brasil”, disse.

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Nesta quarta-feira entraram em vigor as tarifas de 50% sobre boa parte dos produtos brasileiros exportados para os EUA. A taxação maior havia sido anunciada por Trump em 9 de julho.

Setores

A indústria de transformação foi o setor que teve maior aumento de exportações no mês frente a julho do ano passado, de 7,4%, para US$ 17,577 bilhões, seguida pela indústria extrativa, com alta de 3,6%, para US$ 7,418 bilhões. Já as exportações do setor agropecuário cresceram 0,3%, para US$ 7,189 bilhões.

As importações do setor de transformação saltaram 11,1% e as do setor de agropecuário avançaram 3,8%, enquanto as do setor extrativo caíram 29,2%.

O coordenador-geral de Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Saulo de Castro, relacionou a forte queda das importações da indústria extrativa ao recuo dos preços de petróleo, gás natural e carvão, que, segundo ele, compõem quase a totalidade de importações do setor, enquanto Brandão destacou que o país tem importado menos petróleo conforme aumenta a produção nacional.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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