Política

Brasil “tudo fará” para ajudar a Venezuela, diz Itamaraty

17 jan 2019, 20:46 - atualizado em 17 jan 2019, 20:46

Após duas etapas de reuniões e um encontro hoje (17) do presidente Jair Bolsonaro com críticos e opositores do governo de Nicolás Maduro, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, divulgou um comunicado informando que “tudo fará” para ajudar o povo da Venezuela a superar as dificuldades e viver em liberdade.

“O Brasil tudo fará para ajudar o povo venezuelano a voltar a viver em liberdade e a superar a catástrofe humanitária que hoje atravessa”, diz o texto.

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O comunicado reitera que o Brasil considera ilegítimo o segundo mandato de Maduro, que tomou posse há uma semana. Segundo a nota, o governo venezuelano atua como um sistema de “crime organizado” baseado em corrupção generalizada e tráfico de drogas e pessoas.

“O sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo”, informa o documento.

Liderança

No comunicado do Itamaraty, o governo brasileira destaca a liderança do Brasil no processo de negociação para alternativas à crise da Venezuela. “O papel-chave do Brasil, sob a liderança do Presidente Bolsonaro, na mudança do cenário venezuelano, onde pela primeira vez em muitos anos ressurge a esperança da democracia, foi reconhecido por todos os líderes venezuelanos.”

Pelos relatos dos presentes às reuniões, há na Venezuela cerca de 300 mil pessoas com risco de morrer de fome. O desabastecimento é cada vez mais intenso, assim como a falta de emprego e perspectivas.

“Mais de 11 mil recém-nascidos perdem a vida anualmente por falta de atendimento primário pós-natal. O déficit de medicamentos é de 85%. Os líderes venezuelanos enfatizaram que se trata de um genocídio silencioso, perpetrado pela ditadura de Maduro contra seu próprio povo.”

Reuniões

ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, coordenou hoje duas reuniões com representantes de países do Grupo de Lima e dos Estados Unidos, além do presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela e outros magistrados do mesmo tribunal, bem como com representante do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

De acordo com o Itamaraty, foram reuniões separadas. Uma etapa com os representantes do Grupo de Lima e dos Estados Unidos e outra com os venezuelanos e o secretário da OEA. Em ambos os encontros, o tema foi o agravamento da crise na Venezuela. O presidente Bolsonaro recebeu o presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela em exílio, Miguel Ángel Martins, e o assessor de Assuntos Institucionais da Organização dos Estados Americanos (OEA), Gustavo Cinose.

“A reunião teve por objetivo analisar a situação na Venezuela decorrente da ilegitimidade do exercício da presidência por Nicolás Maduro e da manifestação do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, de sua disposição de assumir a Presidência da Venezuela interinamente, seguindo a Constituição venezuelana. Teve igualmente por objetivo discutir ideias de ação concreta para restabelecer a democracia na Venezuela.”