BrasilAgro (AGRO3): ‘A meta é vender 10% ao ano e é injusto sermos precificados pelo Fluxo de Caixa Descontado’

O CEO da BrasilAgro (AGRO3), André Guillaumon, disse que é injusto precificar a companhia, conhecida como a “tese imobiliária do agronegócio”, pelo Fluxo de Caixa Descontado (DCF).
Durante evento da empresa com investidores em São Paulo, ele comentou que vê companhia agrícolas que operam em um nível de desconto muito pautado no DCF operacional. “Mas no nosso caso é injusto nos precificar dessa forma porque somos uma empresa de compra e venda de fazendas”, disse.
Ele disse que a meta da BrasilAgro é vender 10% do portfólio todo ano. “Isso representa girar R$ 300 milhões e com isso você consegue precificar bem o ativo. Toda fazenda vendida gera um múltiplo de aproximadamente 20 vezes seu resultado para o ano corrente, sendo este o modelo mais direto de avaliação do negócio. Nos últimos 5 anos, vendemos em média R$ 380 milhões”.
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Os avanços da BrasilAgro e os efeitos dos juros altos
O diretor-executivo salientou que em momentos de juros altos, o valor presente dos ativos é penalizado. Ele explica que entre junho de 2025 e junho de 2024, a valorização do portfólio se deu pelo amadurecimento e transformação das terras já existentes no case da BrasilAgro.
Guillaumon reforçou que 2025 foi um ano desafiador e marcado por turbulências por questões como câmbio, geopolítica e logística.
“Vimos um dólar que saiu de R$ 6,40 para R$ 5,30, o que exigiu uma capacidade de adaptação, além de queda nos preços da soja e impacto de eventos climáticos. Outro desafio ficou para investimentos em armazenamento em um momento de Selic em dois dígitos. Apesar disso, nossa equipe conseguiu administrar as adversidades e agora estamos esperando a bonança”.