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BrasilAgro (AGRO3): É hora de comprar… novas terras? As visões da Genial e XP após prejuízo no 2T24

08 fev 2024, 12:04 - atualizado em 08 fev 2024, 12:04
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A Genial espera que a AGRO3 intensifique suas aquisições de terras agrícolas, ainda que os preços não atinjam patamares de anos anteriores (Imagem: Divulgação/Brasil Agro)

Na noite de ontem (7), a BrasilAgro (AGRO3) reportou prejuízo líquido total de R$ 5,822 milhões no segundo trimestre da safra 2023/2024 (2T24). Sendo assim, reunimos visões da Genial Investimentos e da XP Investimentos para a ação.

Para a Genial, há quatro destaques principais:

  1. Receita enfraquecida, com retração na base anual, e uma compressão bastante relevante de margens;
  2. Tendência de queda nas commodities agrícolas (soja e milho) deve seguir prejudicando fortemente o desempenho da companhia;
  3. Preços de terras agrícolas já cederam, mas ainda há espaço para venda de terras;
  4. Estimamos um dividend yield na faixa de ~5% para 2024AF;

A corretora reitera sua recomendação de manter (neutra) com um preço-alvo de R$ 27,50, com potencial de alta de 11,65%.

Na visão da Genial, está na hora da empresa reverter sua tendência de vendedora para compradora, já que com um maior acesso ao mercado de capitais, a BrasilAgro poderia aumentar a colocação de CRAs (títulos específicos para o agronegócio), especialmente com a restrição de CRIs e outros títulos incentivados recentemente promovida pelo Banco Central do Brasil, o que deve atrair investidores para captar recursos a taxas mais atraentes para o agronegócio real.

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Dessa maneira, a Genial espera que a empresa intensifique suas aquisições, ainda que eles não enxerguem os preços das terras agrícolas atingindo os altos preços vistos nos anos anteriores.

No entanto, a corretora ainda vê um pequeno potencial para a companhia realizar novas vendas de propriedades, especialmente na Bahia e no Paraguai, com estimativa para empresa vender entre R$ 150 milhões a R$ 200 milhões de terras na safra 2023/2024.

Cenário de AGRO3 para a XP

A XP enxerga os resultados fracos refletindo as fracas margens dos grãos em 2022/23, devido à combinação de preços mais baixos e custos de frete mais elevados. No lado positivo, os resultados da cana-de-açúcar foram fortes (margem bruta de 34%), apesar dos preços mais baixos.

A corretora ainda vê riscos baixistas devido à posição de hedge da empresa (58% e 26% para soja e milho 23/24, respetivamente), enquanto reforçam sua visão baixista com os preços dos grãos. A gestão reforçou que não se deve desconsiderar as vendas de terras a curto prazo, mas a XP prefere adota uma abordagem conservadora nesta questão, esperando uma reação negativa do papel nesta quinta (8), que tem se confirmado.



Para a XP, a BrasilAgro já comprovou sua estratégia de reciclagem de portfólio, realizando vendas com retornos muito interessantes. No entanto, os produtores agrícolas estão menos capitalizados e há um cenário mais desafiador pela frente. Por isso, eles preferem ser mais conservadores e considerar novas vendas de fazendas apenas a partir da safra de junho/2026.

Olhando pelo outro lado da moeda, o recente aumento dos casos de recuperação judicial entre os produtores agrícolas, aliado às margens reduzidas na pecuária, devem abrir espaço para boas oportunidades de compra de terras para a companhia, o que pode fortalecer o negócio imobiliário, na visão da corretora.

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