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BrasilAgro (AGRO3): XP segue vendo ação como uma aposta em dividendos e ciclo favorável para compras

11 jun 2025, 16:00 - atualizado em 11 jun 2025, 16:04
brasilagro agro3
(iStock.com/Jacob Mathers)

XP Investimentos visitou a Fazenda Arrojadinho da BrasilAgro (AGRO3), localizada em Jaborandi na Bahia, o que trouxe um maior entendimento sobre como a empresa gera valor ao acionista por meio da aquisição e desenvolvimento de terras agrícolas. A casa conta com recomendação neutra para ação, com preço-alvo de R$ 22 (potencial de alta de 4,46%)

“Embora continuemos apoiando o modelo de negócios, seguimos enxergando a tese de investimentos principalmente como uma aposta em dividendos, que acreditamos que provavelmente permanecerá pouco atrativo no curto prazo, apesar do histórico da companhia de surpreender positivamente o mercado com desinvestimentos oportunísticos em fazendas”, veem Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.

Apesar disso, os analistas enxergam o ciclo atual da terra como mais favorável a aquisições do que a vendas. “Permanecemos cautelosos quanto às tendências dos preços dos grãos. Assim, preferimos manter uma posição de espera neste momento”.

AGRO3: Por dentro da geração de valor

A fazenda em questão conta com 10.495 hectares, sendo 4.777 hectares plantados com soja e 1.595 hectares com algodão. O foco da visita foi entender melhor o projeto de irrigação em andamento, que tem o potencial de expandir a área plantada de algodão para 4.200 hectares.

Segundo a XP, o investimento total em capex está previsto para ficar entre R$ 25 mil  – R$ 26 mil por hectare de área irrigada, o que eles consideram positivo, pois está abaixo da referência de mercado de R$ 30 mil por hectare.

“Além da expansão da área plantada com algodão, a infraestrutura de irrigação também possibilita a diversificação das culturas para arroz, feijão e trigo — especialmente relevante em ambientes de preços baixos — assim como o potencial para operar sob um modelo de processamento de sementes de milho, uma estratégia também adotada pela Boa Safra (SOJA3)“.

A fazenda foi adquirida em 2021, por meio de uma transação de troca de ações (equivalente a 9,14% das ações em circulação da companhia na época), com um valuation implícito de 102 sacas de soja/hectare.

Após a irrigação, a BrasilAgro espera alcançar um valuation de 900 sacas de soja/hectare, o que consideram razoável, considerando o potencial de produtividade, a localização e a proximidade com grandes produtores da região.

“Observamos que a plena expansão provavelmente levará alguns anos para se concretizar, e continuamos a enxergar um ambiente mais desafiador para a monetização de terras agrícolas no curto prazo”.

O que indica o curto prazo?

A XP projeta um aumento significativo na produtividade de algodão da companhia na safra 2024/25, refletindo a transformação contínua das terras e a maior área irrigada.

No entanto, a BrasilAgro destacou que a produtividade na fazenda pode diminuir de 420 arrobas/hectare para 370 arrobas/hectare em relação ao ano anterior, provavelmente devido a um clima pior na Bahia. A casa projeta que a Fazenda Arrojadinho representa cerca de 25% da produção total de algodão da empresa.



“Como a Bahia é o segundo maior estado produtor, representando cerca de 20% da produção de algodão do Brasil, acreditamos que a produção de algodão pode ser menor do que o mercado antecipa, o que pode levar a preços mais altos. Por fim, discutimos as tendências de custos com a gestão, que antecipou que os custos, especialmente para a soja, podem aumentar em dígitos baixos duplos na safra 2025/26, principalmente devido ao aumento dos preços dos fertilizantes”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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