Política

Brasília em Off: Irritado com time Guedes, Ciro levou Casa Civil

23 jul 2021, 12:18 - atualizado em 23 jul 2021, 12:22
Ciro Nogueira
Durante almoço de líderes com Guedes na semana passada, Ciro chegou a se levantar da mesa para ir embora quando soube do empréstimo (Imagem: Agência Senado/Edilson Rodrigues)

A operação política para levar o presidente do PP, Ciro Nogueira, à Casa Civil se tornou uma prioridade no governo depois que o senador demonstrou profunda irritação com um aval do Tesouro Nacional a um empréstimo de R$ 800 milhões para o Piauí.

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Ciro, que quer concorrer ao comando do estado na chapa de oposição ao atual governador Wellington Dias (PT) e é um dos principais líderes do centrão, reclamou com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e das Comunicações, Fabio Faria.

Durante almoço de líderes com Guedes na semana passada, Ciro chegou a se levantar da mesa para ir embora quando soube do empréstimo.

O senador disse que o presidente Jair Bolsonaro recebe ajuda do centrão no Congresso e retribui ajudando a oposição.

Isso, somado ao clima ruim gerado pelo aviso de Bolsonaro de que vai vetar o Fundo Eleitoral turbinado, levou o Planalto a fazer um gesto rápido.

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Ceder para não perder

Guedes decidiu fazer sua parcela de sacrifício na reforma ministerial e ceder o Ministério do Trabalho a Onyx Lorenzoni para não perder mais.

Desde que passou a comandar o super ministério que unificou as pastas de Fazenda, Planejamento, Previdência e Trabalho e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Guedes virou alvo de ataques de aliados que querem mais espaço dentro do governo.

Paulo Guedes
Guedes decidiu fazer sua parcela de sacrifício na reforma ministerial e ceder o Ministério do Trabalho a Onyx Lorenzoni para não perder mais (Imagem: Flickr/Edu Andrade//Ascom/ME)

Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio são, para o ministro, as mais importantes. Previdência e Trabalho, por outro lado, nunca foram a praia de Guedes e perderam ainda mais interesse desde que a reforma da Previdência foi aprovada em 2019.

Bolsa Família

Animado com a arrecadação acima do esperado, Bolsonaro vem prometendo liberar verbas para ministérios e elevar o benefício do Bolsa Família para R$ 300.

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Essa generosidade começou a preocupar integrantes do governo que já começam a apontar o risco de o programa social acabar ficando fora do teto de gastos. Há espaço fiscal para um Bolsa de R$ 250, mas não para R$ 300.

As formas buscadas pela Economia para viabilizar o novo Bolsa Família também são consideradas arriscadas e podem criar problemas mais à frente.

Atrelar o aumento do benefício à tributação de dividendos como plano A e cortar gastos tributários como plano B depende de aprovação do Congresso. Não reforçar o Bolsa Família não é uma opção, pois essa é a principal vitrine de Bolsonaro na corrida pela reeleição.

Cautela

Economistas ligados a Lula já estão empolgados discutindo como conduzirão a economia caso o PT vença a disputa eleitoral de 2022. O ex-presidente, no entanto, prefere manter cautela. Disse ao ex-prefeito Fernando Haddad, que tem sido um dos porta-vozes do partido, que recusasse convites de bancos e corretoras para dar palestras, pelo menos por enquanto. Lula não quer antecipar nenhuma discussão que abra espaço para cobranças antes do início da campanha.

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Pendurado

O relator da reforma do IR, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), optou por não protocolar seu parecer antes do recesso do Congresso para não deixar o texto “pendurado” sem um acordo sobre seu andamento dentro da Câmara. O martelo vai ser batido pelo presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), na volta do recesso, mas há três caminhos possíveis.

Definir três comissões para analisar o relatório, criar uma comissão especial ou aprovar um pedido de urgência que leve a proposta diretamente ao plenário da casa. A discussão imediata em plenário é hoje a que tem maior chances de prosperar.

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