Empresas

Braskem (BRKM5) inicia estratégia para enfrentar ciclo de baixa da indústria petroquímica

27 fev 2025, 18:22 - atualizado em 27 fev 2025, 18:22
braskem brkm5
(Imagem: Divulgação/Braskem)

A Braskem (BRKM5) começou a por em movimento um plano para lidar com um ciclo de baixa da indústria petroquímica global mais longo que o histórico, algo que envolve usar menos nafta e mais etano como matéria-prima em suas instalações produtivas no Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Não vemos uma recuperação desse ciclo nos próximos cinco anos, provavelmente veremos nos próximos dez”, disse o presidente-executivo da maior petroquímica da América Latina, Roberto Ramos, em entrevista a jornalistas após divulgar prejuízo bilionário no quarto trimestre do ano passado.

“Precisamos reduzir nossa exposição à nafta e substituí-la por etano, seja o produzido pela Petrobras nos campos offshore, mas também via mistura de etano na nafta”, disse o executivo, citando que o custo do etano é de US$250 a tonelada enquanto o da nafta está em US$650.

O plano da Braskem foi iniciado com o anúncio mais cedo de que a empresa vai estudar a ampliação de capacidade do polo petroquímico de Duque de Caxias (RJ) com o uso de etano a ser fornecido pela Petrobras, uma negociação que Ramos afirmou que está nos “estágios finais” com a estatal.

Além da central de Duque de Caxias, a única da Braskem no Brasil a lidar com etano sem mistura, a estratégia também inclui aumentar a proporção do gás na combinação com nafta atualmente usado em instalações do grupo na Bahia e no Rio Grande do Sul, disse o executivo. A expectativa é aumentar essa mistura de 10% de etano para 20%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Portanto, vamos buscar chegar em todos os nossos fornos que craqueiam nafta a uma mistura de 20% de etano ou mais ainda com propano… isso nos dará um diferencial competitivo maior e margens maiores com muito pouco ou nenhum investimento”, disse Ramos, sem dar detalhes sobre as economias de custos ou margens esperadas nos próximos anos com a estratégia.

Defesa comercial

A outra perna da estratégia da Braskem para enfrentar o período desfavorável para a indústria petroquímica global é pressionar o governo federal por medidas de proteção contra o que chama de “inundação” de produtos dos Estados Unidos e da China no Brasil.

Ramos afirmou que a Braskem espera convencer o governo a manter para além deste ano a elevação da tarifa de importação de resinas plásticas e outros produtos petroquímicos de 12,6% para 20% que foi decidida em 2024.

“Estamos trabalhando para que medida possa ser replicada nos próximos anos. O mercado está sendo inundado por produto americano, no caso do polietileno, e polipropileno chinês”, disse Ramos, citando déficit na balança comercial da indústria química brasileira no ano passado de cerca de US$50 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A empresa também tenta a aprovação de processos antidumping também contra EUA e China, mas ainda “não temos visualização sobre quando vai surgir efeito”, disse o executivo.

Mercado

Para a demanda por produtos petroquímicos no Brasil este ano, a expectativa da Braskem é de estabilidade sobre 2024, apesar dos registros de janeiro terem indicado um desempenho melhor que o verificado um ano antes, disse o presidente da Braskem.

“Não temos esperanças de uma grande revolução que implique em uma demanda muito maior que nos permita usar mais de nossa capacidade”, disse Ramos, citando que a Braskem está operando a 70% da capacidade em nafta e a 60% nas instalações de polipropileno.

“Ainda estamos vendo 2025 como ano ‘flat’ (estável) no Brasil. E no exterior nossa maior relevância é o polipropileno nos EUA, que está difícil de saber o que vai acontecer”, disse Ramos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Estou cauteloso sobre EUA, mas tenho esperança que vamos conseguir aumentar a penetração de plástico verde nos EUA, onde vendemos apenas 3 mil toneladas no ano passado”, acrescentou, citando o plástico derivado de etanol de cana-de-açúcar e que é produzido em instalações no Rio Grande do Sul.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar