Braskem (BRKM5) planeja triplicar uso de etano na produção e aposta em oferta dos EUA e da Petrobras (PETR4)

A Braskem (BRKM5) pretende elevar a participação do etano como insumo na produção de petroquímicos no Brasil e conta com uma maior oferta da matéria-prima por fornecedores norte-americanos e pela Petrobras (PETR4), afirmou nesta quinta-feira o presidente-executivo da petroquímica, Roberto Ramos.
Segundo ele, em uma planta de craqueamento localizada no polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, o uso de etano poderá subir dos atuais 10% para até 30%.
- LEIA MAIS: Itaú BBA, BB Investimentos, Safra, BTG Pactual e outros bancos selecionaram os ativos mais promissores para ter em carteira – veja quais são
A empresa utiliza atualmente a nafta como matéria-prima principal na unidade baiana. Para atingir os 30%, Ramos estima a necessidade de 20 mil barris de etano por dia. O maior uso de etano também deve ser implementado em outra planta da Braskem no Rio Grande do Sul, com uma demanda de 15 mil barris diários.
“O etano é nossa matéria-prima dos sonhos”, disse o executivo a jornalistas.
A Braskem já importa dos Estados Unidos o etano usado nos seus processos no polo baiano e está reforçando a infraestrutura logística para atingir o patamar de 30% em três anos.
“A gente já está trabalhando para chegar a esses 30%; já temos uma logística e possivelmente vamos ter que reforçar mais e disponibilizar navios que possam trazer dos EUA”, afirmou Ramos. “Possivelmente vamos ter que construir navios para isso ou afretar navio.”
Apesar do custo elevado de transporte, o executivo destacou que o valor da molécula de etano é considerado competitivo. “Transportar o etano de lá para cá custa US$300 por tonelada e, isso destrói parte vantagem competitiva que a gente tem ao sair da nafta para o etano.”
A companhia também espera contar com uma maior oferta de etano da Petrobras, sua sócia. A Braskem “torce” pelo desenvolvimento da produção de gás da Petrobras na bacia de Sergipe-Alagoas, o que poderia viabilizar uma maior oferta do insumo para Braskem, de acordo com Ramos.
“Esse sim poderia trazer mais para Camaçari a um preço muito mais conveniente. Estamos torcendo pelo projeto Sergipe-Alagoas e, até lá, vamos continuar importando etano dos EUA”, disse ele, acrescentando que, caso a estatal não consiga ampliar a oferta, a Braskem poderá buscar o insumo na vizinha Argentina.
A Braskem disse ainda, separadamente, que “vem avançando na transição da sua matriz de matéria-prima, com foco na ampliação do uso de gás natural, como o etano, e na redução da dependência da nafta”.