Braskem (BRKM5) presta explicações à CVM sobre negociações de fatia da empresa

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu esclarecimentos à Braskem (BRKM5) sobre as negociações envolvendo a parte da petroquímica que pertence à Novonor (ex-Odebretech), após o jornal O Globo noticiar que a gestora IG4 busca espaço com uma proposta envolvendo bancos credores e acionistas.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, após o fim do prazo de exclusividade das negociações com Nelson Tanure, através do fundo Petroquímica Verde, a estratégia é que os bancos, detentores de ações da Braskem como forma de garantia na recuperação judicial da Novonor, se tornem acionistas por meio de um fundo administrado pela IG4.
Ainda conforme O Globo, com isso, os bancos passariam a controlar a Braskem, que passaria por uma reestruturação conduzida pela gestora.
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A CVM questionou a veracidade das informações junto à petroquímica, solicitando ainda explicações sobre o porquê as informações não configuraram fato relevante.
Em resposta, a Braskem destacou que informou ao mercado, via fato relevante, sobre o fim do prazo de exclusividade e continuidade das negociações da Novonor com o fundo Petroquímica Verde.
Sobre as notícias de negociações entre os bancos credores e a gestora IG4, a Braskem afirmou ter questionado a Novonor, no dia 24 de agosto, sobre a existência de algum fato novo ou se o tema objeto de tais notícias alterariam o que já havia sido divulgado pela Braskem.
Segundo a companhia, a Novonor respondeu que não havia fato novo material a ser reportado ou que modificasse os termos da comunicação já divulgada, razão pela qual não houve a nenhuma divulgação adicional a respeito do tema.
Negociações entre Novonor e Tanure
A Novonor continua em tratativa com a Petroquímica Verde para a venda da participação que detém na Braskem mesmo após o fim do prazo de exclusividade de três meses para a negociação da proposta, conforme comunicado da última semana.
No fim de maio, a Novonor assinou acordo de exclusividade para negociar a proposta não vinculante apresentada pelo fundo Petroquímica Verde, controlado pelo empresário Nelson Tanure, tendo como alvo a aquisição da NSP Investimentos — holding pela qual a Novonor controla indiretamente a petroquímica.
No entanto, uma fonte no Fundo Petroquímica Verde disse ao Seu Dinheiro que se não houver segurança de que o passivo ambiental do desastre de Maceió não será transferido para os novos sócios e credores, “o fundo não irá assinar nada”.
“Tão importante quanto equacionar a dívida que a Odebrecht tem com os bancos que detêm a alienação fiduciária, é a solução para a dívida da própria Braskem. A situação de caixa da Braskem está crítica”, afirmou a fonte ao Seu Dinheiro, que se manteve anônima.