Braskem (BRKM5): S&P rebaixa nota de crédito de olho no aumento da alavancagem e queima de caixa

A agência classificadora de risco S&P Global Ratings revisou a nota de crédito da Braskem (BRKM5) para “BB-“, tendo em vista o forte aumento na alavancagem e queima de caixa. Ainda, a agência colocou a petroquímica em um “CreditWatch negativo“, indicando que a nota pode sofrer novo rebaixamento nos próximos 90 dias caso não ocorram melhorias.
Em relatório, a S&P aponta os números do segundo trimestre de 2025 (2T25) da Braskem como “muito fracos”, com forte queda nas margens e queima de caixa decorrente das tensões comerciais globais e incertezas que pressionam os preços e os spreads de produtos petroquímicos.
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A agência vê também impacto de estoques de matérias-primas adquiridas a preços mais elevados em outros períodos.
Em comunicado, a Braskem reforçou o compromisso com a rigidez financeira, “mediante a implementação de iniciativas de resiliência para mitigar os impactos decorrentes do prolongamento do ciclo de baixa da indústria, e com o fortalecimento da competitividade da indústria química brasileira”.
Visão da S&P sobre Braskem
A S&P revisou para baixo as premissas de crescimento de volume, tendo em vista que a Braskem não ganhou participação de mercado mesmo com os impostos de importação mais elevados no Brasil.
Como resultado, a agência projeta um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) mais fraco e uma queima de caixa maior, diminuindo a posição de liquidez da empresa.
O cenário-base atual considera o indicador de dívida sobre Ebitda, que mede a alavancagem, de 9 vezes neste ano e 7 vezes em 2026. Quanto mais elevador for o indicador, maior o risco financeiro da companheira.
“O CreditWatch negativo indica a possibilidade de outro rebaixamento nos próximos 90 dias se o desempenho operacional e de fluxo de caixa da empresa no terceiro trimestre não melhorar substancialmente em relação ao primeiro trimestre do ano, o que poderia nos levar a revisar novamente nossas projeções para baixo”, diz a S&P.
2T25 da Braskem
A petroquímica registrou uma queda de 93% no prejuízo do 2T25, para R$ 267 milhões, quando comparado com o mesmo período de 2024
A companhia apurou um resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente de R$ 427 milhões, recuo ante o R$ 1,67 bilhão obtido no segundo trimestre do ano passado.
Já a receita líquida para o período foi de R$ 17,86 bilhões, ante R$ 19,07 bilhões registrado no ano anterior.
O investimento previsto para ser realizado ao longo de 2025 pela Braskem é R$ 2,4 bilhões, dos quais R$ 515 milhões foram realizados ao final do segundo trimestre.
A companhia disse ainda que, apesar da maior gestão do capital de giro ocorrida no segundo trimestre quando comparada ao trimestre anterior, apresentou um consumo de caixa de R$ 1,45 bilhões, comparado com R$ 74 milhões um ano antes.