Braskem (BRKM5) tem forte queda e atinge menor cotação em uma década após Petrobras (PETR4) questionar potencial venda de ativos

A Braskem (BRKM5) opera na liderança negativa do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (11), em um movimento oposto ao último pregão.
Na última sexta-feira (8), as ações da petroquímica encerraram o pregão como a maior alta do principal índice da bolsa brasileira após confirmar conversas sobre a venda de ativos com a Unipar.
Já hoje (11), os investidores repercutem a reação da Petrobras (PETR3; PETR4) sobre as tratativas. BRKM5 encerrou as negociações com queda de 7,76%, a R$ 8,08, figurando como a ação com pior desempenho intradia no Ibovespa. Esse também foi o menor preço de tela desde 27 de julho de 2015 — quando a empresa foi afetada pelas investigações envolvendo a Odebrecht na Operação Lava Jato.
Na semana passada, a CEO da estatal, Magda Chambriard, afirmou que a potencial negociação da Braskem com a Unipar foi uma “surpresa ruim”.
“Ontem tivemos notícias de que a Braskem estava negociando venda de ativos nos EUA e México, isso foi uma surpresa ruim porque somos um sócio relevante e que tem direito a veto. Estranhei muito”, disse Chambriard, durante evento para discutir a equidade de gênero em instituições públicas e privadas.
A executiva também disse que tomou conhecimento das conversas pelo “burburinho de mercado” e que imediatamente notificou a Braskem. A Petrobras detém 47% das ações da petroquímica, com direito de veto e preferência em qualquer transação. Outros 50,1% do capital é da Novonor, antiga Odebrecht.
“Dissemos a eles [em ofício] o seguinte: ‘olha aqui, os sócios estão aqui e não vão deixar passar’. Ninguém começa um negócio desprezando o próprio sócio e de tal monta”, acrescentou a CEO da Petrobras.
Na manhã da última sexta-feira (8), a petroquímica confirmou que iniciou conversa com a Unipar Carbocloro sobre potenciais oportunidades envolvendo ativos e participações societárias da companhia e de suas subsidiárias no México e nos Estados Unidos.
Na avaliação da Ágora/Bradesco BBI, a Braskem está “tentando sobreviver a um dos piores ciclos de baixa já vistos na indústria petroquímica global, racionalizando sua capacidade e evitando medidas traumáticas como a reestruturação de dívidas”.
Os analistas Vicente Falanga e Ricardo França avaliam que, a menos que a Petrobras tenha certeza sobre os resultados do Projeto de Lei Presiq ou que a estatal esteja disposta a injetar capital, “a Braskem deve ser autorizada a tomar as decisões racionais do negócio”.
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