Ibovespa Braskem (BRKM5) tem mais um dia de queda após “duplo downgrade”
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As ações da Braskem (BRKM5) voltam a cair nesta segunda-feira (29) após a Fitch e a S&P terem, na sexta-feira (26), rebaixado os seus ratings para a companhia. A primeira casa tirou os papéis de BB- para CCC+ e a segunda de A- para CCC-.
As mudanças vêm após a Braskem, no fim da última semana, ter anunciado a contratação de assessores para reestruturar sua estrutura de capital — levantando o temor de uma recuperação judicial ou de uma extrajudicial.
“Em nossa visão, a Braskem está buscando alternativas para adequar a sua estrutura de capital devido a uma constante deterioração da sua geração de caixa, considerando cenário de spreads e margens petroquímicos ainda apertados nos próximos anos”, fala o time de analistas da S&P, liderados por Fabiana Gobbi.
Para a casa, a empresa vem enfrentando o desafio de renegociar suas linhas comprometidas de crédito, que sustentavam sua posição de liquidez. E a situação piora por conta de vencimentos consideráveis no curto prazo.
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“Vemos riscos iminentes de uma reestruturação em condições desfavoráveis para os credores”, fala a equipe.
No fim da semana passada, as ações da Braskem despencaram após a notícia da contratação de assessores. A interpretação do mercado é de que, em um setor intensivo e em uma situação financeira delicada, ela precisa, no curto prazo, de injeções de capital ou de um novo acionista. No entanto, uma RJ ou uma RE afastariam qualquer iniciativa do tipo.
Um dos dois principais acionistas da petroquímica se trata da Novonor, antiga Odebrecht, empresa que, após escândalos de corrupção, viu seu patrimônio recuar e que hoje tem pouca margem para realizar aportes.
Já o outro é a Petrobras (PETR4) que, por conta da burocracia estatal e dos acontecimentos no passado, também está evitando realizar aportes na empresa.
“Os rebaixamentos refletem o elevado risco de crédito e de liquidez da Braskem, decorrente da queima persistente de caixa e da proximidade do vencimento dos bônus de 2028”, diz a equipe da Fitch. “A decisão da companhia de contratar assessores financeiros para avaliar alternativas de capital reforça seu perfil financeiro pressionado, aumentando a probabilidade de default ou reestruturação da dívida no curto e médio prazo”.
A liquidez, antes um ponto forte, caiu significativamente. Embora medidas de preservação de caixa e redução de custos tragam algum alívio, a Fitch vê o risco de a companhia não resistir a uma volatilidade prolongada, especialmente com o esgotamento do colchão de liquidez.
Para a Fitch, a Braskem precisa manter acesso a financiamento via bancos ou mercado de capitais para evitar uma reestruturação em meio à pressão contínua sobre os spreads petroquímicos.
“No cenário-base da Fitch, a Braskem já pode não ter caixa suficiente em 2026 para lidar com o vencimento de 2028. Isso reflete uma projeção de fluxo de caixa livre negativo de cerca de R$ 3,5 bilhões em 2025 e de R$ 2 bilhões em 2026, além dos desembolsos relacionados a Alagoas de aproximadamente US$ 310 milhões em 2025 e US$ 190 milhões em 2026”, traz o relatório
“Mesmo que a empresa alcance FCF neutro em 2026, a margem de liquidez se estenderia apenas marginalmente, provavelmente ainda insuficiente para cobrir os bônus de 2028”, completa.
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