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Braskem Idesa planeja expansão após fim de conflito com a Pemex

10 mar 2022, 21:38 - atualizado em 10 mar 2022, 21:38
Braskem
A Braskem Idesa pretende expandir seu complexo petroquímico em Nanchital, no estado de Veracruz, após a conclusão do terminal de importação de etano no final de 2024 (Imagem: Youtube/Braskem)

A Braskem (BRKM5) Idesa SAPI planeja investir cerca de US$ 150 milhões para expandir sua principal unidade petroquímica no México, após a resolução de um conflito com a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).

A joint venture entre a mexicana Idesa e a subsidiária do conglomerado brasileiro Novonor, antiga Odebrecht, usará os recursos para expandir em 20% a produção da planta de polietileno Etileno XXI até 2025, informou o CEO Stefan Lepecki em entrevista nesta quarta-feira.

As operações da unidade foram suspensas em dezembro de 2020 devido a um conflito com a Pemex em torno do contrato de fornecimento, que levou o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador a alegar benefício injusto por causa do pagamento de apenas 25% do preço de mercado do etano.

“Estabelecemos um novo relacionamento com o governo e a Pemex”, disse Lepecki. “O ano passado foi muito importante para a Braskem Idesa. Tivemos um diálogo importante com a Pemex e finalmente resolvemos a questão do contrato de fornecimento. Temos uma estratégia clara baseada nesse novo acordo com a Pemex.”

Expansão

A Braskem Idesa pretende expandir seu complexo petroquímico em Nanchital, no estado de Veracruz, após a conclusão do terminal de importação de etano no final de 2024, segundo Lepecki.

A expansão permitirá que a empresa receba todo o etano — matéria-prima para produção de polietileno — em seu terminal de importação, em vez de depender da Pemex para quase metade do fornecimento.

Avaliado em US$ 400 milhões, o terminal de importação de etano terá capacidade para 65.000 barris por dia, o suficiente para suprir todas as necessidades da planta e até mais em caso de expansão adicional, disse Lepecki.

A Pemex e o gabinete de imprensa de López Obrador não responderam ao pedido de comentário da reportagem fora do horário comercial, mas quando o acordo foi fechado há um ano, o presidente declarou apoio à construção do terminal da empresa.

O Centro Nacional de Controle do Gás Natural (Cenagas) cortou o fornecimento de gás da companhia durante o conflito com a Pemex. Em setembro do ano passado, a Pemex e a Braskem Idesa assinaram um novo contrato envolvendo pelo menos 30 mil barris diários de etano — cerca de metade do acordo anterior — até que o novo terminal de importação entre em funcionamento.

Lepecki afirma que a Braskem Idesa está pagando o preço de referência internacional pelo etano mais a logística da Pemex, sem dar maiores detalhes.

“Com certeza, se você comparar nosso acordo no passado e o novo, há uma perda”, disse Lepecki. “Para comparar com o acordo anterior, a realidade é outra. Mas em termos de preços, continuamos muito competitivos para a América do Norte.”

A companhia atualmente utiliza uma instalação temporária para importar cerca de 30.000 barris por dia de etano e recebe entre 30.000 e 40.000 barris diários da Pemex.

O plano da empresa é produzir 90.000 toneladas de polietileno por mês no segundo semestre após a normalização das operações. Os problemas de fornecimento com a Pemex reduziram a atividade a 65% da capacidade de produção no ano passado.

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