BRB responde a questionamentos sobre operações controversas com o Master; confira
O Banco de Brasília (BRB) informou, na noite de segunda-feira (24), esclarecimentos sobre as operações envolvendo o Banco Master, após reportagem do jornal Valor Econômico levantar questionamentos sobre supostas irregularidades.
Segundo o comunicado do banco, todas as decisões foram tomadas com base em estudos técnicos e submetidas aos órgãos colegiados e comitês internos, seguindo as práticas de governança corporativa e gestão de riscos.
O documento detalha que operações fraudulentas identificadas com o Master foram desfeitas, parte por devolução em dinheiro e parte por transferência de ativos para recompor o balanço do BRB. Aproximadamente R$ 10 bilhões em ativos foram substituídos, sempre com acompanhamento e comunicação ao Banco Central, garantindo que os indicadores prudenciais do banco permanecessem sob controle.
Sobre a contabilização da venda de participação na Financeira BRB, o banco destacou que a operação foi conduzida de acordo com um processo competitivo iniciado em fevereiro de 2024 e que o registro contábil da transação seguiu orientações do Banco Central para refletir corretamente a data de efeitos do contrato.
O BRB reafirmou seu compromisso com a transparência, integridade e cumprimento das normas contábeis e regulatórias, mantendo-se à disposição para prestar esclarecimentos adicionais ao mercado.
Liquidação do Banco Master
No dia 18 de novembro, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, enquanto ele tentava embarcar para o exterior. A ação investiga um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional, envolvendo suspeitas de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
Paralelamente, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, que enfrentava dificuldades financeiras nos últimos meses. A decisão ocorreu um dia após a holding de investimentos Fictor apresentar proposta de aquisição do banco, incluindo aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforço de capital.
A operação também resultou no afastamento de Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, inicialmente por 60 dias. O banco estatal de Brasília foi mencionado na investigação devido a negociações relacionadas aos títulos falsos do Banco Master. Em março, o BRB havia anunciado a compra do Master, mas a operação foi posteriormente vetada pelo Banco Central.