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BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) recuam com mais uma ‘pedra no sapato’ para fusão; ações caem mais de 2% no Ibovespa

04 ago 2025, 15:20 - atualizado em 04 ago 2025, 15:29
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As ações da BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) recuavam mesmo após começar o dia entre as principais altas do Ibovespa. (Imagem: Pixabay/ Montagem: Money Times)

As ações da BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) recuavam no pregão desta segunda-feira (4), mesmo após começar o dia entre as principais altas do Ibovespa. Por volta das 14h30, as ações recuavam 2,85% e 0,51%, respectivamente.

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A queda veio com a notícia de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu reclassificar para rito ordinário a análise da fusão entre BRF e Marfrig, após identificar potenciais riscos à concorrência no mercado de carne bovina in natura.

A decisão veio após recurso da Minerva (BEEF3), que entrou no processo como parte interessada, e apontou riscos de controle cruzado entre as companhias. No despacho, o Cade citou indícios de que a operação pode reduzir a rivalidade no setor, criar incentivos a alinhamento de condutas e elevar o risco de poder coordenado.

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Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, avalia que a manifestação da Minerva pode ser uma forma de se resguardar, já que possui negócios em parceria com a BRF.

Segundo ele, é possível que o Cade exija ajustes na operação, como a separação de parte dos ativos da BRF ao serem incorporados à estrutura da Marfrig.

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“Um cancelamento completo da fusão parece menos provável. Mas, enquanto persistirem essas incertezas, as ações tendem a sentir o impacto dessa dúvida”, afirma Cruz.

O alerta envolve a Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic) e sua subsidiária Siic, acionistas das três companhias. A presença do mesmo investidor em grupos concorrentes pode facilitar estratégias alinhadas e reduzir a competição.

Além da manifestação da Minerva, o Cade considerou um pedido do fundo Nova Almeida Participações, minoritário em BRF e Marfrig, que apontou riscos adicionais de concentração, portfólio e governança.

Com isso, BRF e Marfrig terão 15 dias para reapresentar a operação com novas informações. Paralelamente, o Cade acionou a CVM, solicitando dados detalhados sobre a participação da Salic e possíveis impactos societários e concorrenciais.

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Vale destacar que, neste fim de semana, a BRF informou que 71,4% dos acionistas minoritários aprovaram os termos do acordo com a Marfrig, sem incluir as abstenções. Acionistas representando 90% do “free float” da BRF votaram, segundo o documento.

O próximo passo é a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que deliberará sobre a incorporação de suas ações e está marcada para o dia 5 de agosto de 2025, às 11h, exclusivamente em formato digital, por meio da plataforma Zoom.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.