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BRF (BRFS3): O ‘enigma’ Marfrig (MRFG3) após frigorífico elevar participação para 40%

27 set 2023, 11:32 - atualizado em 27 set 2023, 12:14
brf marfrig
Cenário mais provável é que Marfrig eleve sua participação na BRF para 50%, diz BBI (Imagem: Pixabay/Montagem: Money Times)

Na segunda-feira (25), a BRF (BRFS3) comunicou ao mercado que a Marfrig (MRFG3) passou a deter direta e indiretamente 673.879.961 papéis do frigorífico, elevando a participação na empresa a 40,0529%.

Na visão do Bradesco BBI, que vê a operação como o “enigma Marfrig”, o cenário mais provável é que o frigorífico eleve sua participação na BRF para 50%, enquanto o Salic (Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário) ficaria com 25%, enquanto investidores minoritários ficariam com os 25% restantes.

Para o banco, a Marfrig pode tentar obter o controle total da BRF em função de dois fatos:

  • a poison pill que impedia qualquer acionista de comprar mais de 33% foi retirada recentemente do estatuto social da BRF; e
  • há um compromisso assinado pelo novo investidor Salic que limita sua participação na BRF a 25% (dos 11% atuais), sugerindo que a Marfrig se preocupa em ser o maior acionista.

Para o BBI, esse aumento de participação para 50% deve acontecer nos próximos 12 meses.

Por outro lado, a limitação de a Salic deter no máximo 25% da BRF pelos próximos sete anos sugere um prazo potencialmente mais longo.

A Marfrig enfrenta margens mais baixas no mercado de carne bovina nos Estados Unidos, que pode perdurar no próximo ano e limitar o fluxo de caixa da empresa. 



No entanto, a Marfrig aumentou recentemente a sua participação na BRF de 33% para 40%. Além disso, a empresa vendeu recentemente R$ 7,5 bilhões em ativos para a Minerva (BEEF3), quantia que poderia financiar o potencial de R$ 1,7 bilhão necessário para atingir a participação  de 50% na BRF. 

Dessa forma, estes dois fatos, na visão do banco, parecem fortes indicadores de que o prazo para esse aumento seja curto.

Fusão a caminho?

Na visão do BBI, uma fusão é improvável. O banco ressalta que a Salic investiu recentemente na BRF, não na Marfrig. Por isso, não está claro que eles queiram aumentar a exposição ao segmento de carne bovina, visto que já são acionistas da Minerva.

Assim, esse cenário faz o banco pensar que uma venda de ativos da Marfrig (por exemplo, de carne bovina) para a BRF é improvável. 



No entanto, potenciais sinergias poderiam ser um  possível argumento a favor de uma fusão.

O que esperar para as ações de BRF e Marfrig?

Caso o cenário de a Marfrig atingir 50% da BRF se concretizar, isso deve ser positivo para o preço das ações da BRF, visto que a pressão compradora poderá elevar o preço dos papéis, segundo o banco.

Para  a  Marfrig,  pode  haver  alguma  cautela  dos  investidores  quanto à alavancagem  financeira, embora o banco entenda que a  empresa tem tomado medidas para permitir um balanço saudável (por exemplo, venda de ativos).

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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