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BRF (BRFS3) salta mais de 12% e lidera altas do agro na B3 após nova fatia da Marfrig (MRFG3)

30 set 2023, 10:49 - atualizado em 30 set 2023, 10:49
brf marfrig
(Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

A BRF (BRFS3) liderou as altas entre as empresas do agro listadas na bolsa de valores do Brasil em setembro, avançando 12,72% e encerrando o mês em R$ 10,17.

Por outro lado, vale ressaltar que o cenário favorável para o frigorífico ocorreu em meio a um mês tímido para o Ibovespa, que registrou leve alta de 0,71%.

O grande destaque do mês para a BRF fica por conta da Marfrig (MRFG3), que elevou sua participação na empresa para 40%.

De acordo com o Luis Novaes, analista da Terra Investimentosas empresas que trabalham com commodities apresentaram um desempenho melhor no mês por três fatores: alta do petróleo, expectativas de estímulos na China e valorização do dólar.

“Esse mês foi bem adverso para a bolsa, apesar do novo corte para taxa Selic, a sinalização de manutenção do ritmo de 50 pontos-base e estresse no exterior impactaram negativamente os ativos de risco. Quanto à BRF, mesmo com a dinâmica operacional mais favorável, percebemos um impulso maior com a compra de ações da Marfrig, o que por si só contribui para a valorização da empresa, mas também eleva as expectativas dos investidores por uma fusão no futuro, apesar de ainda ser algo incerto”, explica.

Para Terra, a BRF conta com um cenário desafiador pela frente, já que mesmo com o aporte, a alavancagem é elevada em um momento de juros altos.

Além disso, outra ação que do setor que se destacou durante o mês foi a São Martinho (SMTO3), que beneficiada pelos preços elevados do açúcar no mercado internacional, avançou 8,66%.

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BBI projeta fatia ainda maior da Marfrig na BRF

Na visão do Bradesco BBI, que vê a operação como o “enigma Marfrig”, o cenário mais provável é que o frigorífico eleve sua participação na BRF para 50%, enquanto o Salic (Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário) ficaria com 25%, enquanto investidores minoritários ficariam com os 25% restantes.

Dessa maneira, para o banco, a Marfrig pode tentar obter o controle total da BRF em função de dois fatos:

  • a poison pill que impedia qualquer acionista de comprar mais de 33% foi retirada recentemente do estatuto social da BRF; e
  • há um compromisso assinado pelo novo investidor Salic que limita sua participação na BRF a 25% (dos 11% atuais), sugerindo que a Marfrig se preocupa em ser o maior acionista.

Para o BBI, esse aumento de participação para 50% deve acontecer nos próximos 12 meses.

Por fim, na visão do BBI, uma fusão é improvável. O banco ressalta que a Salic investiu recentemente na BRF, não na Marfrig. Com isso, não está claro que eles queiram aumentar a exposição ao segmento de carne bovina, visto que já são acionistas da Minerva.

Por outro lado, as ações da Marfrig caíram 3,12% em setembro.

Confira recomendações do BTG, XP e Terra:

Instituição Ação Recomendação Preço-alvo Potencial de alta
BTG Pactual BRFS3 Neutro R$ 12,00 17,76%
XP Investimentos BRFS3 Neutro R$ 8,60
Terra Investimentos BRFS3 Neutro R$ 12,50 22,67%

 

 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.