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BRK Ambiental vence leilão de serviços de água em Maceió com oferta de outorga de R$2 bi

30 set 2020, 11:05 - atualizado em 30 set 2020, 12:43
A BRK superou outras seis ofertas, incluindo de rivais como Aegea, que ofertou 1,21 bilhão de reais (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O grupo BRK Ambiental, que tem entre os investidores a canadense Brookfield, surpreendeu nesta quarta-feira, oferecendo outorga de 2 bilhões de reais para vencer o leilão de concessão de serviços de água e esgoto da região metropolitana de Maceió. O mínimo definido no edital era de cerca de 15 milhões de reais.

O valor ofertado pela BRK foi 35% maior que a segunda maior proposta feita no leilão na B3, de 1,478 bilhão de reais e apresentada pelo consórcio Jangada, formado por Iguá Saneamento e pela maior empresa de saneamento do país, Sabesp.

O menor lance foi do consórcio Águas de Alagoas, formado por três empresas de infraestrutura, de 251 milhões de reais.

O leilão, o primeiro desde a sanção do marco do saneamento em meados de julho, teve sete concorrentes e contou ainda com a participação de consórcio integrado pela Equatorial (EQTL3), que ofereceu outorga de 1,29 bilhão de reais. A Aegea Saneamento ofereceu 1,21 bilhão de reais, e fundo da Vinci Partners, em parceria com a Águas do Brasil, apresentou valor de 666,8 milhões de reais.

Supresa

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse após o leilão que o ficou “surpreendido positivamente” com o resultado e que ele não muda os preparativos do banco no assessoramento dos próximos certames do setor.

“O princípio básico é princípio de mercado. Foi competitivo, houve sete propostas. O valor (de outorga) inicialmente proposto pelo BNDES é apenas referência e isso tem que tornar atrativo para a maior quantidade possível para os investidores”, disse Montezano. “Uma estimativa inicial maior não teria mudado o resultado em si”, acrescentou.

Gustavo Montezano
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse após o leilão que o ficou “surpreendido positivamente” com o resultado e que ele não muda os preparativos do banco no assessoramento dos próximos certames do setor (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O governador de Alagoas, Renan Filho, também se disse surpreso com o resultado. “Estávamos preparados para um outorga menor”, disse ele acrescentando que agora o Estado vai ter mais recursos que o esperado antes para investir em saneamento no interior.

Com a vitória no leilão, a BRK assume responsabilidade pela distribuição de água e pela coleta de esgoto de 1,5 milhão de habitantes em 13 cidades da grande Maceió. Para isso, terá de investir um total de 2,6 bilhões de reais em infraestrutura de saneamento básico ao longo dos 35 anos de contrato, sendo 2 bilhões de reais deste total nos primeiros seis anos.

A concessão tem como objetivo universalizar o serviço de água em seis anos e o acesso à rede de esgotamento para 90% da população até o décimo sexto ano de contrato, informou o BNDES.

Segundo o banco, 89% da população da região metropolitana de Maceió hoje tem acesso à água, mas apenas 27% possui acesso a tratamento de esgoto.

A BRK deve cumprir vários indicadores de desempenho de qualidade e eficiência, incluindo a redução do índice de perdas de água para no máximo 25%, ante desperdício atual de 59%.

Questionado sobre a origem dos recursos para o pagamento da outorga, o vice-presidente financeiro da BRK, Sergio Garrido de Barros, afirmou que a empresa vai financiar o resultado do leilão com recursos próprios e emissão de dívida.

“Temos BNDES, Caixa, possibilidade de debêntures de infraestrutura, BNB…Há um mix de dívida e recursos próprios disponibilizados em caixa”, afirmou o executivo.

A BRK que afirma ser a maior empresa privada de saneamento do país em termos de população atendida e tem interesse em participar “de maneira relevante” dos próximos leilões de saneamento do país, disse ele.

Antes de assumir os ativos em Maceió, a BRK atende 15 milhões de pessoas no país, incluindo em outras cidades do Nordeste como Recife e Salvador.

Na pauta de privatizações do BNDES no setor está a companhia fluminense de saneamento Cedae, cujo processo tem sido alvo de disputas judiciais e indefinição do governo.

O diretor de infraestrutura do BNDES, Fabio Abrahão, afirmou que o banco de fomento está “preparado tecnicamente” para o leilão da Cedae até o fim deste ano.

Além da Cedae, o BNDES está envolvido em processos de concessão de serviços de água e saneamento no Acre, Amapá, Rondônia, Rio Grande do Sul, Paraíba e Ceará.

(Atualizada às 12h43)

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